Este 22 de agosto marca o quinto ano da morte
do zagueiro Waldemar Carabina, aos 78 anos de idade, vitimado por complicações
do Mal de Alzheimer. Ele foi ídolo no Palmeiras porque chegava junto nas
divididas, raramente levava desvantagem, e impunha-se no jogo aéreo.
Inicialmente ele fez dupla de zaga com o
clássico Aldemar, que desarmava adversários sem recorrer às faltas. Em 1959 o
Palmeiras sagrou-se campeão paulista na final contra o Santos com esta
formação: Valdir Joaquim de Moraes; Djalma Santos, Waldemar Carabina, Aldemar e
Geraldo Scotto; Zequinha e Chinesinho; Julinho, Nardo, Américo Murolo e
Romeiro.
Foram três jogos extras para decisão do
título, com empates nos dois primeiros - 1 a 1 e 2 a 2 - e vitória palmeirense, de virada, por 2 a 1, na derradeira partida no
Estádio do Pacaembu, com 45 mil pagantes. O respeitado Santos tinha Laércio;
Getúlio, Formiga, Dalmo e Feijó; Zito e Urubatão; Dorval, Coutinho, Pelé e
Pepe. Na época a bola era marrom.
A partir de 1963 o companheiro de zaga de
Carabina passou a ser o talentoso Djalma Dias, vindo do América (RJ), ano em
que o time havia sido parcialmente modificado e conquistou novamente o título
paulista com Valdir; Djalma Santos, Djalma Dias, Waldemar Carabina e Vicente
Arenari; Zequinha e Ademir da Guia; Gildo, Servilio, Vavá e Rinaldo. Na
sequência vieram o lateral-esquerdo Ferrari, quarto zagueiro Minuca, volante
Dudu e atacantes Tupãzinho e Ademar Pantera. Aquela leva foi eternizada como ‘academia
palmeirense’.
Carabina entrou para a história do Palmeiras
como o quinto jogador que mais vestiu a camisa do clube: 581 jogos, superado
apenas por Ademir da Guia (901), Leão (617), Dudu (609) e Valdemar Fiúme (601).
Assim, escreveu uma história de 12 anos no Verdão, marcada por 333 vitórias,
116 empates, 135 derrotas e nove gols.
O encerramento da carreira de atleta foi no
Comercial de Ribeirão Preto (SP) em 1968, migrando para a função de treinador,
com destaque em clubes do Norte e Nordeste até 2004. O Palmeiras lhe deu a
chance de comandar a equipe em 1988, na Copa União e Campeonato Paulista, e o
trabalho foi aceitável. No São José, em 1989, ele fazia campanha razoável até
que intolerantes cartolas decidiram demiti-lo após quatro empates consecutivos.
Na seqüência, o time joseense chegou à final do Paulistão e perdeu o título na
disputa com o São Paulo, já com Ademir Mello no comando técnico.
Nas andanças por Recife, o site esportivo Pernambola revelou um fato curioso no
vaivém de Carabina pelo Santa Cruz. Após uma partida, no vestiário, o repórter
Dalvison Nogueira esbarrou sem querer no treinador que, irado, explodiu: - Você
tá cego, rapaz!
Quando o repórter explicou que não enxergava
de um olho, justificou que era um olho de vidro adaptado, Carabina, envergonhado,
não se cansou de pedir desculpas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário