domingo, 16 de agosto de 2015

Cinco anos sem Waldemar Carabina

 Este 22 de agosto marca o quinto ano da morte do zagueiro Waldemar Carabina, aos 78 anos de idade, vitimado por complicações do Mal de Alzheimer. Ele foi ídolo no Palmeiras porque chegava junto nas divididas, raramente levava desvantagem, e impunha-se no jogo aéreo.
 Inicialmente ele fez dupla de zaga com o clássico Aldemar, que desarmava adversários sem recorrer às faltas. Em 1959 o Palmeiras sagrou-se campeão paulista na final contra o Santos com esta formação: Valdir Joaquim de Moraes; Djalma Santos, Waldemar Carabina, Aldemar e Geraldo Scotto; Zequinha e Chinesinho; Julinho, Nardo, Américo Murolo e Romeiro.
 Foram três jogos extras para decisão do título, com empates nos dois primeiros - 1 a 1 e 2 a 2 - e vitória palmeirense, de virada, por 2 a 1, na derradeira partida no Estádio do Pacaembu, com 45 mil pagantes. O respeitado Santos tinha Laércio; Getúlio, Formiga, Dalmo e Feijó; Zito e Urubatão; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Na época a bola era marrom.
 A partir de 1963 o companheiro de zaga de Carabina passou a ser o talentoso Djalma Dias, vindo do América (RJ), ano em que o time havia sido parcialmente modificado e conquistou novamente o título paulista com Valdir; Djalma Santos, Djalma Dias, Waldemar Carabina e Vicente Arenari; Zequinha e Ademir da Guia; Gildo, Servilio, Vavá e Rinaldo. Na sequência vieram o lateral-esquerdo Ferrari, quarto zagueiro Minuca, volante Dudu e atacantes Tupãzinho e Ademar Pantera. Aquela leva foi eternizada como ‘academia palmeirense’.
 Carabina entrou para a história do Palmeiras como o quinto jogador que mais vestiu a camisa do clube: 581 jogos, superado apenas por Ademir da Guia (901), Leão (617), Dudu (609) e Valdemar Fiúme (601). Assim, escreveu uma história de 12 anos no Verdão, marcada por 333 vitórias, 116 empates, 135 derrotas e nove gols.
 O encerramento da carreira de atleta foi no Comercial de Ribeirão Preto (SP) em 1968, migrando para a função de treinador, com destaque em clubes do Norte e Nordeste até 2004. O Palmeiras lhe deu a chance de comandar a equipe em 1988, na Copa União e Campeonato Paulista, e o trabalho foi aceitável. No São José, em 1989, ele fazia campanha razoável até que intolerantes cartolas decidiram demiti-lo após quatro empates consecutivos. Na seqüência, o time joseense chegou à final do Paulistão e perdeu o título na disputa com o São Paulo, já com Ademir Mello no comando técnico.
 Nas andanças por Recife, o site esportivo Pernambola revelou um fato curioso no vaivém de Carabina pelo Santa Cruz. Após uma partida, no vestiário, o repórter Dalvison Nogueira esbarrou sem querer no treinador que, irado, explodiu: - Você tá cego, rapaz!

 Quando o repórter explicou que não enxergava de um olho, justificou que era um olho de vidro adaptado, Carabina, envergonhado, não se cansou de pedir desculpas.

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