segunda-feira, 4 de maio de 2015

Vagner Bacharel, morte aos 36 anos de idade

 Há sete anos publiquei material sobre Vagner Bacharel e convém recapitulá-lo com as devidas adaptações, para que a memória dele seja preservada. Ele morreu há 25 anos, em 20 de abril de 1990, aos 36 anos de idade. Por sinal, morte estúpida.
 Na disputa de bola pelo alto com César Ponvoni, do Campo Mourão (PR), ele bateu com a coluna cervical no chão e, desacordado, foi levado a um hospital paranaense para atendimento, não se diagnosticando lesão grave. Por isso recebeu alta hospitalar e voltou para casa com orientação de continuar o tratamento. Só que as dores de cabeça se intensificaram e, levado novamente ao hospital, não resistiu e morreu.
 O futebol paranaense já havia sido enlutado no dia 18 de setembro de 1978 com a morte de Valtencir, aos 32 anos de idade, então jogador do Colorado, clube que posteriormente se fundiu com o Pinheiros para a criação do Paraná. O lateral-esquerdo sofreu lesão na coluna cervical e cérebro após choque com Nivaldo, do Maringá, e morreu no Estádio Willie Davis, em Maringá.
 O carioca Vagner de Araújo Antunes foi apelidado de Bacharel porque chamava seus companheiros também de bacharel. Com 1,80m de altura, foi mais um daqueles casos de jogadores mortos que raramente são lembrados, exceto em casos de estatística de falecimentos de atletas no exercício da profissão.
 A aparição dele na bola foi no Madureira do Rio de Janeiro. Depois passou por Joinville (SC), Inter (RS) até chegar ao Palmeiras em 1983, lá ficando durante quatro anos com histórico de 22 gols em 260 jogos. Em seguida se transferiu para o Botafogo do Rio e Guarani em 1988. A trajetória seguinte foi no Fluminense, Vila Nova (GO) e Paraná.
 No Palmeiras formou dupla de zaga com Luiz Pereira. Ambos jogavam de cabeça erguida, tinham um bom passe e jamais se apavoravam na saída de bola. Claro que Luiz Pereira era mais clássico e tinha capacidade de desarmar raramente recorrendo às faltas. Arrancava com bola ao ataque nos tempos em que cobravam de zagueiros apenas eficiência na marcação. Ele foi diferente até na Seleção Brasileira, considerado um dos melhores da posição na Copa do Mundo de 1974, na Alemanha.
 Bacharel foi uma liderança positiva que ajudava na preservação do bom ambiente de elencos. Bem humorado, puxava o samba com o seu inseparável pandeiro. Também sabia discernir bem o momento da cervejinha com amigos do trabalho árduo do dia a dia. 
 Embora a sua principal virtude fosse o jogo aéreo, tinha malícia para evitar dribles manjados. Só passava apertado quando enfrentava atacantes rápidos, porque não tinha velocidade para acompanhá-los.

 As pernas arqueadas de Bacharel em nada atrapalhavam o seu rendimento. Teria problema se ficasse na barreira de futsal, porque a bolinha certamente passaria no ‘vão’ de suas pernas e o gol do adversário seria inevitável.

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