segunda-feira, 27 de abril de 2015

Paulo, zagueiro do grande Santos

 Por anos a fio o zagueiro Paulo Ricardo, do Santos, será lembrado pelo pênalti cometido sobre o atacante palmeirense Leandro Pereira neste 26 de abril. Se o lance desta final de Paulistão lhe resultou em expulsão de campo, por sorte o atacante Dudu, do Palmeiras, não converteu a cobrança, ao chutar a bola no travessão.
 Os Paulos que passaram pelo Santos nas três últimas décadas foram identificados por nomes compostos. No título paulista de 1984, por exemplo, o zagueiro Pedro Paulo e o lateral-esquerdo Paulo Robson integravam o elenco.
 Isso contrasta com a década de 60 e meados dos anos 70 quando raramente jogador de futebol era chamado por nome composto. O Santos teve um zagueiro conhecido apenas por Paulo, num período em que desconsideravam milhares de pessoas com o mesmo prenome. Para caracterizar identificação diziam Paulo zagueiro do Santos, e assim diferenciavam homônimos no futebol que igualmente não usavam nome composto.
 O Paulo de meados da década de 70 do Santos faleceu no dia 13 de abril de 2007, vítima de tumor maligno no intestino. Paradoxalmente só passaram a identificá-lo como Paulo Davolli pouco antes dele ter abandonado o futebol no São José, equipe do Vale do Paraíba, e região em que se radicou até a morte. Foi lá também que se tornou um próspero empresário.
 A rigor, Paulo Davolli, nascido em Mogi Mirim (SP), havia completado 58 anos de idade em janeiro de 2007, quando foi castigado pela doença. A história dele no futebol começou nos juvenis do Guarani nos anos 60, com lançamento no time principal aos 19 anos de idade pelo então treinador interino Dorival Geraldo dos Santos. Paulo entrou no lugar de Cidinho, o hoje professor Alcides Romano Júnior especializado em treinar equipes nas categorias de base.
 No Bugre, Paulo jogou com os ponteiros Joãozinho, Carlinhos, Vagninho e o atacante Vanderlei. Exceto Joãozinho, os demais já morreram. Ele se firmou como titular do Guarani porque unia raça e técnica. Se no alto era quase imbatível, no chão prevalecia o bom posicionamento para antecipação e desarme. E quando saía limpo das jogadas passava a bola corretamente.
 Ao constatar aquelas virtudes, o Santos manifestou interesse em levá-lo à Vila Belmiro. E lá, após um período na reserva, ele se firmou como titular em meados da década de 70, num time formado por Cejas; Orlando Lelé, Paulo, Oberdã e Zé Carlos; Clodoaldo e Afonsinho; Edu Jonas, Alcindo, Pelé e Ferreira.

 Daquele time o lateral Orlando Lelé morreu há 15 anos, vítima de embolia pulmonar, igualmente castigado nos últimos meses de vida. Imaginem alguém agitado como Orlando - que atingiu o auge da carreira no Vasco - perder os movimentos do corpo do pescoço para baixo? Ele ficou tetraplégico após uma queda no banho. Sentiu tontura e, ao cair, bateu a cabeça no chão. 

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