segunda-feira, 6 de abril de 2015

Gamarra desarmava sem recorrer às faltas

 Quando o ex-quarto-zagueiro Gamarra diz que não há segredo para marcar craques como o atacante Neymar, do Barcelona, tem lá os seus motivos. E ele justifica: “Eu peguei a fase áurea do Robinho, a melhor época do Ronaldinho Gaúcho, e me dei bem”.
 Segredo? Ele diz que ficava só olhando o desdobramento das jogadas para dar o ‘bote’ e tomar a bola do talentoso adversário sem recorrer às faltas.
Claro que a atribuição não é tão simplista quanto cita este clássico zagueiro de origem paraguaia, que completou 44 anos no dia 19 de fevereiro passado. Só alguém com extrema qualidade técnica e velocidade pode-se dar ao luxo de anular jogadores habilidosíssimo.
 Carlos Alberto Gamarra Pavón começou a mostrar rapidez e capacidade para o desarme no Cerro Portenho do Paraguai a partir de 1991, quando atuava como volante. A passagem pelo Independiente da Argentina, na temporada seguinte, serviu para ganhar experiência, enquanto a consolidação do vistoso futebol ocorreu no Inter portoalegrense em 1997, comandado pelo técnico Celso Roth, quando sagrou-se campeão regional num time formado por André; Gustavo, Gamarra, Marcão e Paulo Roberto; Fernando, Anderson, Enciso e Arilson; Cristian e Fabiano Souza.
 Na época já havia sido adaptado à zaga pelo treinador Paulo César Carpeggiani no comando da seleção do Paraguai. E o ápice da carreira foi registrado em defesa de seu país na Copa do Mundo da França de 1998, quando formou dupla com Ayala, considerado o seu melhor parceiro de defesa. Eis o time paraguaio da época: José Luis Chilavert; Arce, Ayala, Gamarra e Sarabia; Acuña, Jorge Campos, Enciso e Paredes; Benítez e José Cardozo. O histórico dele naquele selecionado é de 110 partidas e 12 gols, a maioria de cabeça apesar da estatura de 1,79m de altura. E ainda naquele ano ele atuou 80 vezes no time do Corinthians e sagrou-se campeão brasileiro, ocasião em que marcou sete gols numa equipe formada por Dida; Índio, Batata, Gamarra e Sylvinho; Vampeta, Rincón, Marcelinho Carioca e Ricardinho; Mirandinha e Edílson.
 Como Gamarra era um nômade do futebol, em 1999 já estava no Atlético de Madrid para curta passagem, visto que o Flamengo foi buscá-lo para que formasse dupla de zaga com Juan, e lá ficou em 30 partidas. E nas idas e vindas para o futebol da Grécia teve passagem pelo Palmeiras, encerrando a carreira no Olímpia do Paraguai, em 2007.

 Ainda ligado ao futebol, Gamarra preside o clube paraguaio Rubio Ñú, e no princípio deste ano ainda cobrava dívida de R$ 262 mil do Corinthians pelo repasse dos direitos econômicos e federativos do jogador Gustavo Vieira de 18 anos, que integrava a seleção sub 20 daquele país. O garoto foi contratado pelo Timão em agosto de 2014.

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