Quando o ex-quarto-zagueiro Gamarra diz que
não há segredo para marcar craques como o atacante Neymar, do Barcelona, tem lá
os seus motivos. E ele justifica: “Eu peguei a fase áurea do Robinho, a melhor
época do Ronaldinho Gaúcho, e me dei bem”.
Segredo? Ele diz que ficava só olhando o
desdobramento das jogadas para dar o ‘bote’ e tomar a bola do talentoso
adversário sem recorrer às faltas.
Claro que a atribuição não é
tão simplista quanto cita este clássico zagueiro de origem paraguaia, que
completou 44 anos no dia 19 de fevereiro passado. Só alguém com extrema
qualidade técnica e velocidade pode-se dar ao luxo de anular jogadores
habilidosíssimo.
Carlos Alberto Gamarra Pavón começou a mostrar
rapidez e capacidade para o desarme no Cerro Portenho do Paraguai a partir de
1991, quando atuava como volante. A passagem pelo Independiente da Argentina,
na temporada seguinte, serviu para ganhar experiência, enquanto a consolidação
do vistoso futebol ocorreu no Inter portoalegrense em 1997, comandado pelo
técnico Celso Roth, quando sagrou-se campeão regional num time formado por
André; Gustavo, Gamarra, Marcão e Paulo Roberto; Fernando, Anderson, Enciso e
Arilson; Cristian e Fabiano Souza.
Na época já havia sido adaptado à zaga pelo
treinador Paulo César Carpeggiani no comando da seleção do Paraguai. E o ápice
da carreira foi registrado em defesa de seu país na Copa do Mundo da França de
1998, quando formou dupla com Ayala, considerado o seu melhor parceiro de
defesa. Eis o time paraguaio da época: José Luis Chilavert; Arce, Ayala,
Gamarra e Sarabia; Acuña, Jorge Campos, Enciso e Paredes; Benítez e José Cardozo.
O histórico dele naquele selecionado é de 110 partidas e 12 gols, a maioria de
cabeça apesar da estatura de 1,79m de altura. E ainda naquele ano ele atuou 80
vezes no time do Corinthians e sagrou-se campeão brasileiro, ocasião em que
marcou sete gols numa equipe formada por Dida; Índio, Batata, Gamarra e
Sylvinho; Vampeta, Rincón, Marcelinho Carioca e Ricardinho; Mirandinha e
Edílson.
Como Gamarra era um nômade do futebol, em 1999
já estava no Atlético de Madrid para curta passagem, visto que o Flamengo foi
buscá-lo para que formasse dupla de zaga com Juan, e lá ficou em 30 partidas. E
nas idas e vindas para o futebol da Grécia teve passagem pelo Palmeiras, encerrando
a carreira no Olímpia do Paraguai, em 2007.
Ainda ligado ao futebol, Gamarra preside o
clube paraguaio Rubio Ñú, e no princípio deste ano ainda cobrava dívida de R$
262 mil do Corinthians pelo repasse dos direitos econômicos e federativos do
jogador Gustavo Vieira de 18 anos, que integrava a seleção sub 20 daquele país.
O garoto foi contratado pelo Timão em agosto de 2014.
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