A Revista
Placar já foi referência no jornalismo esportivo e uma de suas polêmicas
publicações foi a eleição do jogador de futebol mais odiado do país em 2006,
num grupo de 100 ‘eleitores’ entre atletas e profissionais da área escolhidos.
Daquela leva, 34 se abstiveram de votar e 66 elegeram
o então meia Ricardinho - hoje treinador - com 17 votos, seguido do ex-atacante
Romário com sete. A contestação do ‘eleito’ foi imediata, caracterizada como
algo sem fundamento. No contra-argumento, ele reduziu o número de votantes para
13, e garantiu ter recebido apenas quatro votos.
“Isso não me modificou em nada. Não fez diferença.
Não me incomodou. Não foi algo sério”, revelou em entrevista à TV do portal Terra, sem contudo se aprofundar nos
polêmicos motivos que o levaram a situações de confronto onde passou.
No Corinthians da virada do século, que se
orgulhava de montar um meio de campo com Vampeta, Rincón, Marcelinho Carioca e
Ricardinho, nem tudo era maravilha. Em 2001 Marcelinho acusou Ricardinho de
‘traíra’. Justificou que ele ‘dedurava’ companheiros para o treinador Vanderlei
Luxemburgo, e o procedimento resultou em afastamento do acusador, que posteriormente
se desligou do clube.
Ricardo Luís Pozzi Rodrigues, nascido em 1976,
se defendeu daquele episódio citando que, por ser esclarecido, não aceitava o
jeito boleirão de fechar os olhos para coisas erradas. E embora continuasse apoiado
pela torcida corintiana pelo futebol bem jogado, seu ambiente no elenco ficou
desgastado. Por isso, na primeira oportunidade para se desligar do clube não
titubeou. Chegou ao São Paulo em 2002 como reforço de peso, ao custo de R$ 4
milhões ao Corinthians, além dos aproximadamente R$ 300 mil mensais da
incorporação das luvas ao salário.
O inferno astral de Ricardinho começou com a
revolta do corintiano na troca dele pelo principal rival. Depois a mexida com o
ego de alguns companheiros são-paulinos que reivindicaram aumento salarial, e isso
refletiu em atuações discretas nos 65 jogos e apenas cinco gols marcados pelo
clube.
Como Ricardinho forçou o rompimento do
contrato para se transferir ao Middlesbrough da Inglaterra em 2004, o São Paulo
entrou na Justiça requerendo ressarcimento dos R$ 4 milhões investidos.
Nas idas e vindas à Europa, Ricardinho aceitou
ganhar R$ 80 mil por mês no Santos ainda em 2004 e voltou ao Corinthians em
investimento da empresa MSI. Ainda perambulou pelo futebol árabe até retornar
ao Brasil para jogar no Atlético Mineiro em 2009, e de lá saiu encrencado e dispensado
pelo treinador Dorival Júnior dois anos depois. Na sequência, mal deu tempo
para jogar no Bahia já encerrou a carreira de atleta, seguindo, incontinenti, a
função de treinador. Agora trabalha em Recife no Santa Cruz, e se orgulha de
ter participado de duas Copas do Mundo.
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