segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Romeu, o rei da cambalhota

 Difícil dizer quando foi inventada a cambalhota no futebol, na comemoração de gols. É certo que Romeu Cambalhota foi um dos jogadores que mais se identificaram com esse comportamento. Caio Cambalhota, atacante revelado pelo Botafogo (RJ) na década de 60 - com passagens por Flamengo e Ponte Preta -, também a abusava. Ele participou de uma família de boleiros atacantes, casos de César Maluco, do Palmeiras, e Luisinho, que fez sucesso no América do Rio de Janeiro.
 Romeu Evangelista, mineiro de Esmeralda , 64 anos de idade completados em março, foi revelado pelo Galo mineiro no final da década de 60, e lá jogou até 1974. Ao se transferir para o Corinthians manteve o estilo de ponteiro-esquerdo que travava duelos interessantes com laterais. Além de levar a bola ao fundo do campo, sabia entrar em diagonal, e trabalhava bem a jogada com laterais-esquerdos. Assim marcou 34 gols em 220 jogos pelo Timão e chegou à Seleção Brasileira em 1975, levado pelo treinador Oswaldo Brandão.
 Romeu também integrou o inesquecível time corintiano de 1977 que acabou com jejum de títulos de quase 23 anos, contra a Ponte Preta, nas finais do Campeonato Paulista, em três jogos no Estádio do Morumbi.
 Brandão era o comandante da equipe e a nação corintiana esperava a conquista do título na segunda partida daquela final, num domingo à tarde, após a vitória por 1 a 0 na primeira partida. Para surpresa geral, a Ponte ganhou de virada o segundo jogo, por 2 a 1, e provocou partida extra, que resultou na explosão dos corintianos com o gol da vitória marcado por Basílio.
 Na ocasião, o time corintiano era formado por Tobias (Jairo); Zé Maria, Moisés, Ademir Gonçalves e Cláudio Mineiro; Luciano, Basílio e Palhinha; Vaguinho, Geraldão e Romeu Cambalhota.
 Na época, Romeu exibia uma vasta cabeleira black power e costeleta. Era brincalhão e por isso entrou na relação dos jogadores folclóricos. E ainda no Corinthians voltou a ser campeão em 1979, coincidentemente contra a Ponte Preta.
 Nos anos 80/81 Romeu teve passagem pelo Palmeiras, oscilando algumas boas atuações com outras discretas. Curioso é que após essa experiência ele fez uma revelação que provocou indignação entre palmeirenses: “Já vesti a camisa do Palmeiras, mas tenho a cara do Corinthians”.
 No final de carreira, Romeu seguiu exemplos de vários veteranos brasileiros ao se transferir para o Milionário de Bogotá, na Colômbia. Claro que no futebol colombiano já não era nem sombra daquele ponteiro dos tempos de Atlético Mineiro e Corinthians.

 E mesmo depois de deixar a carreira de atleta profissional, ainda continuou ligado aos meios esportivos em equipes de veteranos e máster formadas por ex-profissionais que participam de exibições no País. E aí mostra um futebol diferenciado em relação aos companheiros de faixa etária.

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