Difícil dizer quando foi inventada a
cambalhota no futebol, na comemoração de gols. É certo que Romeu Cambalhota foi
um dos jogadores que mais se identificaram com esse comportamento. Caio
Cambalhota, atacante revelado pelo Botafogo (RJ) na década de 60 - com
passagens por Flamengo e Ponte Preta -, também a abusava. Ele participou de uma
família de boleiros atacantes, casos de César Maluco, do Palmeiras, e Luisinho,
que fez sucesso no América do Rio de Janeiro.
Romeu Evangelista, mineiro de Esmeralda , 64
anos de idade completados em março, foi revelado pelo Galo mineiro no final da
década de 60, e lá jogou até 1974. Ao se transferir para o Corinthians manteve
o estilo de ponteiro-esquerdo que travava duelos interessantes com laterais.
Além de levar a bola ao fundo do campo, sabia entrar em diagonal, e trabalhava
bem a jogada com laterais-esquerdos. Assim marcou 34 gols em 220 jogos pelo
Timão e chegou à Seleção Brasileira em 1975, levado pelo treinador Oswaldo
Brandão.
Romeu também integrou o inesquecível time corintiano
de 1977 que acabou com jejum de títulos de quase 23 anos, contra a Ponte Preta,
nas finais do Campeonato Paulista, em três jogos no Estádio do Morumbi.
Brandão era o comandante da equipe e a nação
corintiana esperava a conquista do título na segunda partida daquela final, num
domingo à tarde, após a vitória por 1
a 0 na primeira partida. Para surpresa geral, a Ponte
ganhou de virada o segundo jogo, por 2 a 1, e provocou partida extra, que resultou
na explosão dos corintianos com o gol da vitória marcado por Basílio.
Na ocasião, o time corintiano era formado por
Tobias (Jairo); Zé Maria, Moisés, Ademir Gonçalves e Cláudio Mineiro; Luciano,
Basílio e Palhinha; Vaguinho, Geraldão e Romeu Cambalhota.
Na época, Romeu exibia uma vasta cabeleira
black power e costeleta. Era brincalhão e por isso entrou na relação dos
jogadores folclóricos. E ainda no Corinthians voltou a ser campeão em 1979,
coincidentemente contra a Ponte Preta.
Nos anos 80/81 Romeu teve passagem pelo
Palmeiras, oscilando algumas boas atuações com outras discretas. Curioso é que
após essa experiência ele fez uma revelação que provocou indignação entre
palmeirenses: “Já vesti a camisa do Palmeiras, mas tenho a cara do
Corinthians”.
No final de carreira, Romeu seguiu exemplos de
vários veteranos brasileiros ao se transferir para o Milionário de Bogotá, na
Colômbia. Claro que no futebol colombiano já não era nem sombra daquele
ponteiro dos tempos de Atlético Mineiro e Corinthians.
E mesmo depois de deixar a carreira de atleta
profissional, ainda continuou ligado aos meios esportivos em equipes de
veteranos e máster formadas por ex-profissionais que participam de exibições no
País. E aí mostra um futebol diferenciado em relação aos companheiros de faixa
etária.
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