segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

2014, ano que marcou a morte de Di Stéfano

 É natural que você tenha esquecido da morte do lendário argentino naturalizado espanhol Alfredo Di Stéfano no dia e junho deste ano, em decorrência problemas cardíacos, às véspera da Copa do Mundo no Brasil.
 Di Stéfano tinha 88 anos de idade e a história mostra que antes da aparição de Pelé - indiscutivelmente o melhor jogador de futebol do planeta -, todas as honras do topo se concentravam em Di Stéfano.
 Paradoxalmente, este gênio do futebol não disputou uma Copa do Mundo sequer. Quando defendia o River Plate da Argentina, a partir de 1945, participou do Sul-Americano de Clubes de 1948, ocasião em que marcou quatro gols. Um ano depois o futebol argentino enfrentou uma greve de jogadores que reivindicavam melhores condições de trabalho, porque a pauta elaborada de negociações foi negada. Disso se aproveitou o clube Milionários da Colômbia para levá-lo, acenando com boa proposta financeira e sem necessidade de pagamento do passe, visto que a liga colombiana era amadora e não havia como a Fifa intervir.
 Lá, Di Stéfano participou de 292 partidas e marcou 267 gols. Logo, chegou ao selecionado da Colômbia, onde ficou conhecido como ‘Flecha Loira’. Por isso despertou interesse dos rivais espanhóis Barcelona e Real Madrid, que se digladiaram para contratá-lo. E naquele impasse surgiu proposta alternativa para que ambos se revezassem na vinculação do jogador a cada ano durante um quadriênio. Houve discordância do Barcelona e assim Di Stéfano se transferiu ao Real a partir de 1953.
 Velocidade, habilidade e gols aos montes consagraram este ponta-de-lança já naturalizado espanhol, que não se constrangia com a fama de ‘fominha’, com a justificativa de que “o goleador tem mesmo é que ser egoísta”. Só que a Espanha não se classificou à Copa do Mundo da Suécia de 1958, e assim ele aguardou quatro anos para a competição no Chile, jamais contando que fosse se lesionar às véspera do embarque, o que provocou o corte da delegação.
 Assim, restou continuar brilhando no Real Madrid até 1966, quando pendurou as chuteiras, sem contudo sair do meio. Optou por morar na Espanha e lá foi treinador de clubes e até presidente honorário do Real.
 E entre as muitas histórias que gostava de contar, Di Stéfano ressaltava que mesmo integrando o time do River Plate teve que serviu ao Exército argentino simultaneamente à carreira de atleta, obrigatoriedade da época tanto lá como cá.
 Talvez seja de desconhecimento da maioria que Pelé, mesmo após ter sido campeão mundial em 1958, um ano depois foi o soldado Nascimento do Grupo Motorizado da Costa da Praia Grande, do Exército brasileiro, conciliando a atividade de profissional do Santos F.C. E isso se repetia aos montes com jogadores brasileiros, que tinham naturais regalias de liberação para participação nos chamados treinos aprontos e dias de jogos.

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