Em 16
de maio de 2005, quando Nilton Santos completou 80 anos de idade, a coluna o
homenageou em vida. No
dia 27 de novembro de 2013, data de falecimento dele, o texto foi recapitulado
com adaptações. Agora, um ano depois do desaparecimento, poucos se lembraram do
lateral-esquerdo da seleção do século XX, em votação de jornalistas no mundo
inteiro. Ele aliava o estilo clássico à eficiente na marcação. Logo, era
incapaz de dar um bico na bola.
Antes
de adoecer, com quase o dobro do peso dos tempos de jogador e sem o bigode ralo,
coordenava uma escolinha para meninos do Distrito Federal. Já impaciente, se
irritava com partidas de futebol truncadas e técnicos adeptos às retrancas.
Nos
tempos em que era terminantemente proibido laterais passarem do meio de campo,
Nilton Santos contrariava a orientação e se mandava ao ataque. Foi assim que
marcou três gols pela Seleção Brasileira, nos 85 jogos disputados.
A
biografia aponta início em Seleção Brasileira no dia 17 de abril de 1949, na
goleada por 5 a
0 sobre o selecionado colombiano. Um ano depois foi reserva na Copa do Mundo no
Brasil e titular absoluto de 1954
a 1962.
A vitória por 3 a 1 sobre a Tchecoslováquia, na final em
Santiago, no Chile, teve duplo significado: consagração do bicampeonato e
despedida da Seleção aos 37 anos de idade.
A
malandragem de Nilton Santos, identificado como a enciclopédia do futebol, foi
determinante para a conquista do bi. Na terceira partida da competição, contra
a Espanha, o Brasil perdia por 1
a 0, gol de Abelardo, e ao cometeu pênalti - pelo menos
um metro dentro da área - sobre um espanhol, ele levantou os braços,
adiantou-se e induziu o árbitro chileno Sergio Bustamante - mal colocado no
lance - a marcar apenas a falta.
Com o
erro da arbitragem e o futebol endiabrado de Garrincha, o Brasil conseguiu
reverter o placar e vencer por 2
a 1, dois gols do também botafoguense Amarildo.
Depois
daquilo, Nilton Santos ainda jogou mais dois anos pelo Botafogo-RJ. Pendurou as
chuteiras em 16 de dezembro de 1964, na vitória por 1 a 0 sobre o Bahia, fechando,
portanto, uma história de 17 anos como jogador de um só clube: seu amado
Botafogo-RJ, onde disputou 729 partidas e marcou 11 gols.
Em
1947, quando se apresentou no Botafogo-RJ, Nilton Santos treinou como atacante,
mas foi mandado para a defesa por ordens do lendário dirigente Carlito Rocha.
Experiência
amarga foi vivida em 1956, num treino do Botafogo, quando teve de marcar um
ponteiro-direito de pernas tortas. E o atrevido Mané Garrincha passou a bola
entre as pernas dele, que atribuiu o lance ao acaso. Na seqüência, outra ‘caneta’
e dribles desconcertantes. Ao final do treino, o lateral chamou um dirigente do
clube e ordenou a contratação do rapaz do município Pau Grande, no Estado do
Rio de Janeiro. O resto da história o mundo conhece.
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