Vinte e seis de setembro marca o sétimo ano da
morte do quarto-zagueiro Roberto Dias, do São Paulo, lançado no time principal
em 1961, e no ano seguinte se firmou como titular numa equipe comandada pelo disciplinador
Osvaldo Brandão e formada por Poy; De Sordi, Belini, Roberto Dias e Sabino;
Cido e Benê; Faustino, Prado, Jair e Agenor.
Roberto Dias, que atuou no São Paulo até 1973,
foi considerado um dos principais da posição pela capacidade de desarme e esbanjar
técnica quando conduzia a bola. A precisão no passe lhe permitia fazer ligação
direta da defesa ao ataque. A matada de bola no peito era com elegância.
Com aquelas virtudes, por vezes era adaptado à
função de volante e correspondia, transformando-se em cobrador oficial de
faltas. A passagem pelo São Paulo foi marcada basicamente no período de
construção do Estádio do Morumbi, quando o investimento da diretoria era
limitado no futebol.
Assim, primeiro fez dupla de zaga com Belini.
Depois atuou com Jurandir, um negro alto, forte, e quase intransponível no jogo
aéreo, virtude que compensava as bolas que Dias não alcançava pela estatura de
1,71m de altura, apesar da fantástica impulsão dele.
Jogador de pernas curtas, Dias não tinha
passadas largas. Logo, perdia jogadas na velocidade para Edu Bala (ex-Lusa,
Palmeiras e São Paulo) e Jairzinho Furacão (ex-Botafogo e Seleção Brasileira).
Dias sempre contava em detalhes aquele 14 de
agosto de 1963 quando participou do jogo do ‘cai-cai’ provocado pelo Santos,
que perdeu por 4 a
1. Pelé e Coutinho foram expulsos no primeiro tempo e o lateral Cido Jacaré,
com fratura no perônio, deixou o campo numa época em que não se permitia
substituição de jogador. Assim, após o quarto gol de Pagão para os
são-paulinos, Dorval e Pepe simularam contusões a fim de que o Santos não contasse
com número mínimo exigido de jogadores para prosseguimento da partida.
Tudo ia relativamente bem para Dias até 1969, ocasião
em que médicos do clube diagnosticaram problema no coração dele, que lhe provocou
afastamento do futebol por um ano. Naquele time jogavam Picasso; Cláudio,
Jurandir, Dias e Edson: Nenê e Terto; Paraná, Zé Roberto, Téia e Bobó.
Ano seguinte o São Paulo montou equipe
competitiva e pôde comemorar o bicampeonato paulista em 1970/71. Em 1973 Dias recebeu
carta de liberação do passe e assinou contrato com o Jalisco do México. Depois
passou por Ceub do Distrito Federal e Dom Bosco de Mato Grosso, quando a vida
útil como jogador de futebol já havia acabado.
Na antevéspera da morte, ele ainda comandava treino
para filhos de associados do São Paulo, ocasião em que aqueles meninos jamais
dimensionaram como aquele velhinho magricelo de 64 anos de idade, de cabelos
prateados, era bom de bola, com participação em 25 partidas pela Seleção
Brasileira.
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