segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Clemer, história de um campeão mundial

 O ex-goleiro Clemer, 46 anos de idade, sonha levar a cabo projeto de se transformar em treinador de futebol, e o primeiro passo foi dado ao comandar a equipe sub 23 do Inter (RS), após estágio como preparador de goleiros e comandante de categorias de base no próprio clube. Foi o período em que confessa ter aprendido a ‘engolir sapo e dar cutucadas no boleiro quando necessárias’.
 A experiência de comandante virá na sequência, mas o maranhense Clemer Melo da Silva sempre demonstrou postura de líder nos tempos de jogador. E o exemplo mais claro ficou evidenciado na campanha da conquista do Mundial de Clubes da Fifa no Japão do Inter, ao vencer o badalado Barcelona por 1 a 0 de Ronaldinho Gaúcho e Deco naquela final, gol do meia Adriano Gabiru aos 36 minutos do segundo tempo. A partida foi disputada no dia 17 de dezembro de 2006 e contou com público de 67.128 torcedores.
 “O foco no trabalho de qualquer equipe tem que ser total, com cobrança a todos os jogadores. E quando alguém sai da linha, indo para a noite, tem que ser advertido, principalmente se não estiver correspondendo em campo”, revelou Clemer à imprensa gaúcha.
 O então goleiro daquele respeitado time do Inter também confessou que, no auge daquela comemoração, enrolou-se na bandeira do Brasil, estourou champanhe no hotel e brincou de esparramá-la nos companheiros. E só depois se deu conta que o preço da bebida era caríssima em Yokohama. O time daquele memorável conquista foi de Clemer; Ceará, Índio, Fernando Eller e Rubens Cardoso; Edinho, Wellington Monteiro, Alex e Fernandão; Iarley e Alexandre Pato. “Foi um duelo de Davi contra o Golias, o Barcelona era o favorito, mas o importante foi o nosso time não tremer”, revelou Clemer.
 Gostinho de títulos era coisa corriqueira na carreira de Clemer. Nos quatro anos de Flamengo, até 2001, foi o titular absoluto no título estadual de 1999, na vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, gol de Rodrigo Mendes, num time que tinha Clemer; Pimentel, Fabão, Luís Alberto e Athirson; Leonardo Ávila, Jorginho, Beto e Fábio Baiano; Rodrigo Mendes (Maurinho) e Romário.
 Num dos raros anos dourados da Portuguesa, em 1996, Clemer ajudou o time chegar à disputa de título contra o Grêmio, ao praticar brilhantes defesas naquele vice-campeonato brasileiro. Ele era arrojado na saída da meta e tinha elasticidade até em bolas no chão para praticar defesas, apesar da estatura de 1,90m de altura. O time luso da época tinha Clemer; Walmir, Émerson, César e Carlos Roberto; Capitão, Gallo, Caio e Zé Roberto; Alex Alves e Rodrigo Fabri.

 Antes da chegada na Portuguesa, Clemer rodou durante dez anos por clubes de média ou pequena expressão no cenário nacional. Tudo começou em 1987 no Moto Clube. Depois, passagens por Guaratinguetá, Santo André, Catuense, Maranhão, Ferroviário (CE), Remo e Goiás.

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