segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Ronaldão, zagueiro armário campeão mundial

 Faltou pouco para que voz e imagem do ex-zagueiro Ronaldão, 49 anos de idade, aparecesse no horário eleitoral gratuito da televisão para pedir votos à eventual candidatura quer à Assembléia Legislativa de São Paulo, quer à Câmara Federal.
 Ronaldo Rodrigues de Jesus até que foi convencido a se filiar no PCdoB (Partido Comunista do Brasil), mas resistiu à insistência da candidatura porque, embora politizado, tem outras prioridades, uma delas prosseguir o trabalho com investimentos e projetos do setor imobiliário em Campinas, onde está radicado.
 E para se especializar no segmento executivo cursou a Faculdade de Administração no final da carreira de jogador. A primeira experiência executiva foi como diretor de futebol remunerado da Ponte Preta, durante três anos.
 Como convém à nova função, Ronaldão se transformou num executivo trilingue. Diferente da boleirada por aí cujo vocabulário se restringe a poucas dezenas de palavras, ele fala um português impecável. Igualmente cursou nível intermediário do inglês e espanhol. Por isso ‘sobrevive’ bem nas viagens ao exterior.
 Com 1,90m de altura, foi o típico zagueiro armário. Valia-se basicamente da compleição física avantajada para se impor diante de atacantes habilidosos, em clara amostragem do erro de avaliação de seus treinadores nas categorias de base que o mantiveram como lateral-esquerdo.
 Foi na equipe principal do São Paulo que acabou fixado como quarto-zagueiro, e como recompensa conquistou o primeiro título na carreira durante o Campeonato Paulista de 1987. O auge ocorreu no bicampeonato mundial do Tricolor paulistano em 1993 no Japão, na vitória por 3 a 2 sobre o Milan da Itália, ocasião em que formou dupla de zaga com o ‘baladeiro’ Válber, um indisciplinado capaz de ‘matar’ a avó três vezes e justificar incontáveis pneus furados nas ausências aos treinamentos.
 Após aquela memorável vitória são-paulina vista por 52.275 torcedores no estádio, Ronaldão desabafou: “Se o Milan era o super time, o que é o São Paulo afinal? Os gols são-paulinos foram anotados por Palhinha, Toninho Cerezo e Muller, num time comandado pelo saudoso Telê Santana e formado por Zetti; Cafu, Válber, Ronaldão e André Luiz; Doriva, Dinho, Cerezo e Leonardo; Palhinha e Muller.
 Apesar da boa fase, Ronaldão só foi convocado à Seleção Brasileira visando a Copa do Mundo de 1994 porque Ricardo Gomes foi cortado, por contusão. E se naquela competição foi reserva de Márcio Santos, no geral esteve em convocações desde 1991, com histórico de 14 jogos e três gols.
 Ele também jogou 46 partidas pelo Shimizu do Japão naquele ano. No Brasil, além das 75 partidas com a camisa do São Paulo, jogou 37 vezes no Flamengo e 69 na Ponte Preta, onde encerrou a carreira em 2002.

Ele ainda teve passagens por Santos, Coritiba e Rio Preto. 

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