Faltou pouco para que voz e imagem do
ex-zagueiro Ronaldão, 49 anos de idade, aparecesse no horário eleitoral
gratuito da televisão para pedir votos à eventual candidatura quer à Assembléia
Legislativa de São Paulo, quer à Câmara Federal.
Ronaldo Rodrigues de Jesus até que foi convencido
a se filiar no PCdoB (Partido Comunista do Brasil), mas resistiu à insistência
da candidatura porque, embora politizado, tem outras prioridades, uma delas
prosseguir o trabalho com investimentos e projetos do setor imobiliário em
Campinas, onde está radicado.
E para se especializar no segmento executivo
cursou a Faculdade de Administração no final da carreira de jogador. A primeira
experiência executiva foi como diretor de futebol remunerado da Ponte Preta,
durante três anos.
Como convém à nova função, Ronaldão se
transformou num executivo trilingue. Diferente da boleirada por aí cujo
vocabulário se restringe a poucas dezenas de palavras, ele fala um português
impecável. Igualmente cursou nível intermediário do inglês e espanhol. Por isso
‘sobrevive’ bem nas viagens ao exterior.
Com 1,90m de altura, foi o típico zagueiro
armário. Valia-se basicamente da compleição física avantajada para se impor
diante de atacantes habilidosos, em clara amostragem do erro de avaliação de
seus treinadores nas categorias de base que o mantiveram como lateral-esquerdo.
Foi na equipe principal do São Paulo que
acabou fixado como quarto-zagueiro, e como recompensa conquistou o primeiro
título na carreira durante o Campeonato Paulista de 1987. O auge ocorreu no
bicampeonato mundial do Tricolor paulistano em 1993 no Japão, na vitória por 3 a 2 sobre o Milan da Itália,
ocasião em que formou dupla de zaga com o ‘baladeiro’ Válber, um indisciplinado
capaz de ‘matar’ a avó três vezes e justificar incontáveis pneus furados nas
ausências aos treinamentos.
Após aquela memorável vitória são-paulina
vista por 52.275 torcedores no estádio, Ronaldão desabafou: “Se o Milan era o
super time, o que é o São Paulo afinal? Os gols são-paulinos foram anotados por
Palhinha, Toninho Cerezo e Muller, num time comandado pelo saudoso Telê Santana
e formado por Zetti; Cafu, Válber, Ronaldão e André Luiz; Doriva, Dinho, Cerezo
e Leonardo; Palhinha e Muller.
Apesar da boa fase, Ronaldão só foi convocado
à Seleção Brasileira visando a Copa do Mundo de 1994 porque Ricardo Gomes foi
cortado, por contusão. E se naquela competição foi reserva de Márcio Santos, no
geral esteve em convocações desde 1991, com histórico de 14 jogos e três gols.
Ele também jogou 46 partidas pelo Shimizu do
Japão naquele ano. No Brasil, além das 75 partidas com a camisa do São Paulo,
jogou 37 vezes no Flamengo e 69 na Ponte Preta, onde encerrou a carreira em
2002.
Ele ainda teve passagens por
Santos, Coritiba e Rio Preto.
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