segunda-feira, 28 de abril de 2014

Marolla, exemplo dentro e fora de campo

 No dia 7 de fevereiro passado o ex-goleiro Fiordemundo Marolla Júnior completou 53 anos de idade e o seu repertório de histórias parece inesgotável. Talvez a mais singular foi ter sofrido gol de árbitro de futebol, caso do polêmico José de Assis Aragão no empate por 2 a 2 entre Santos e Palmeiras, dia 9 de outubro de 1983. O Peixe vencia a partida por 2 a 1 até os 47 minutos do segundo tempo. Aí, o ex-meia Jorginho, do Palmeiras, errou na finalização, a bola sairia pela linha de fundo, mas a má colocação de Aragão mudou o rumo dela. Resvalou na perna dele e traiu o goleiro Marolla.
 Naquele time do Santos jogavam Marola; Betão, Márcio, Toninho Carlos (Davi) e Gilberto (Paulo Robson); Dema, Paulo Isidoro e Pita; Lino, Serginho e João Paulo. E esta formação foi vice-campeã brasileira naquele ano, quando paradoxalmente o goleiro começou a perder espaço com a chegada do uruguaio Rodolfo Rodrigues.
 A trajetória de Marolla foi iniciada no XV de Jaú, cidade natal dele. O treinador Cilinho, marcado pelo lançamento de jovens valores, foi quem o revelou e o lançou em 1977, ano que o Estádio Zezinho Magalhães registrou recorde de público em jogo contra o Corinthians, com 24.533 pagantes. Todavia, Marolla só se firmou como titular no ano seguinte, em equipe que contava com Marolla; Benazzi, Marco Antonio, Nilson Andrade e Donizetti; Sabará, Roberval Davino e Paulinho Jaú; Frazão, Marcão e Moisés.
 Marolla treinava exaustivamente para aprimorar reflexo e chegou a ser comparado ao goleiro Carlos da Seleção Brasileira de 1986, e fazia questão de citar que procurava se inspirar nele.
 Ele foi a convocado à Seleção Brasileira de Novos para jogos em Toulon, na França, e até a principal em 1981, durante jogos das Eliminatórias à Copa do Mundo da Espanha, chamado pelo então treinador Telê Santana. Na época, ele havia se transferido ao Santos para substituir o goleiro Vitor, machucado.
 A partir de 1984 Marolla começou a andança por clubes brasileiros. Jogou no Colorado, foi tri estadual no Atlético Paranaense, campeão da Copa do Brasil no Criciúma, e passou ainda por Botafogo (SP), Goiatuba e encerrou a carreira em 1995 no Lousano, atual Paulista de Jundiaí.
 Hoje, Marolla é professor de educação física, está barrigudinho e com cabelos brancos ainda caídos na testa. Felizmente não foi contaminado pela insensibilidade de boleiros e, mesmo no anonimato, desenvolve trabalho social como voluntário de instituições carentes e hospitalares.

 Habilmente usa a sua influência para captar recursos ao Hospital do Câncer de Jaú. É praxe conseguir camisas autografadas de jogadores para leiloá-las. Segundo reportagem do portal UOL, a camisa do ex-santista Neymar foi leiloada por 20 mil no dia 19 de fevereiro de 2012, com todo dinheiro revertido ao hospital.

Nenhum comentário: