Na fase preparatória da Seleção Brasileira à
Copa do Mundo de 2002, no Japão e Coréia do Sul, o técnico Luiz Felipe Scolari
reclamava da falta de malícia do jogador brasileiro para catimbar, fazer cera e
enervar o adversário, contrastando com os tempos do treinador Telê Santana, na
década de 80, que orientava seus atletas para jogar limpo e no ataque, em busca
de gols.
Certa ocasião, instigado a criticar
retrancas adversárias, Telê surpreendeu na resposta: “Se o adversário fica lá
atrás, meu time tem o domínio do jogo, cria mais chances e basta ter
competência para marcar e ganhar o jogo”.
Telê, morto no feriado de 21 de abril de 2006, era mestreem
atacar. A Seleção Brasileira só precisava de um empate diante
da Itália, naquele fatídico jogo pela Copa de 1982, da Espanha, mas Telê jamais
abandonou a busca do gol, mesmo que o preço de uma defesa aberta tenha custado
a eliminação de seu selecionado. E esses
conceitos ofensivos resultaram no bicampeonato mundial como treinador do São
Paulo na década de 90.
Depois de cinco magníficos anos no comando técnico do Tricolor do Morumbi, Telê teve de abandonar aquilo que era mais sagrado na sua vida: trabalhar no futebol. Complicações cardíacas o deixaram debilitado desde 1995. E isso lhe provocou angústia, porque só se sentia completamente realizado se estivesse envolvido no esporte.
Telê, morto no feriado de 21 de abril de 2006, era mestre
Depois de cinco magníficos anos no comando técnico do Tricolor do Morumbi, Telê teve de abandonar aquilo que era mais sagrado na sua vida: trabalhar no futebol. Complicações cardíacas o deixaram debilitado desde 1995. E isso lhe provocou angústia, porque só se sentia completamente realizado se estivesse envolvido no esporte.
Telê ainda tentou se distrair com atividades
agropecuárias em seu sítio, em Belo Horizonte , ou colado na televisão
acompanhando futebol, novelas e programa de auditório, mas ficava deprimido
facilmente. Não aceitava a distância dos gramados, de gritar com seus jogadores
e resmungar com árbitros. Ali sentia a emoção típica do futebol.
Aquele Telê vitorioso na carreira de treinador -que ensinou o exemplo de que a melhor defesa é o ataque - teve ótimos professores nos tempos de jogador. Quando vestia a camisa sete do Fluminense, o saudoso técnico Zezé Moreira ensinou-lhe a importância do ponteiro ter duplicidade de função: de posse de bola fazer jogadas de fundo de campo, mas sem ela recuar no meio de campo para fechar os espaços do adversário.
Foi Zezé Moreira quem implantou o 4-3-3, modelo copiado pela maioria. E, no final de carreira de jogador, no final da década de 50, Telê aportou em Campinas e jogou no Guarani ao lado de Osvaldo ‘ponte aérea’, Cabrita e Eraldo. Lógico que não foi aquele ponteiro versátil dos tempos de Flu, quando atuava num ataque com Carlaile e Escurinho, num meio de campo com Didi e Orlando Pingo de Ouro, e uma defesa com o goleiro Castilho e o zagueiro Pinheiros.
Em Campinas Telê
justificou o apelido de ‘mão de vaca’ quando morava na casa do então técnico
Élba de Pádua Lima, o Tim (falecido). Telê comia e bebia sem desembolsar um
tostão sequer. Não tinha ‘simancol’ esse "Fio de Esperança", apelido
que ganhou de radialistas do Rio.
Aquele Telê vitorioso na carreira de treinador -que ensinou o exemplo de que a melhor defesa é o ataque - teve ótimos professores nos tempos de jogador. Quando vestia a camisa sete do Fluminense, o saudoso técnico Zezé Moreira ensinou-lhe a importância do ponteiro ter duplicidade de função: de posse de bola fazer jogadas de fundo de campo, mas sem ela recuar no meio de campo para fechar os espaços do adversário.
Foi Zezé Moreira quem implantou o 4-3-3, modelo copiado pela maioria. E, no final de carreira de jogador, no final da década de 50, Telê aportou em Campinas e jogou no Guarani ao lado de Osvaldo ‘ponte aérea’, Cabrita e Eraldo. Lógico que não foi aquele ponteiro versátil dos tempos de Flu, quando atuava num ataque com Carlaile e Escurinho, num meio de campo com Didi e Orlando Pingo de Ouro, e uma defesa com o goleiro Castilho e o zagueiro Pinheiros.
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