segunda-feira, 5 de maio de 2014

Kazu, o primeiro japonês no futebol brasileiro

 Quando se observa o Japão atingir a quarta Copa do Mundo consecutiva, com a iminente edição no Brasil, a história mostra o ponteiro-esquerdo Kazu como um dos precursores da nova escola de futebol japonesa. E se a modalidade começava a engatinhar por lá na década de 80, ele não quis esperar a natural evolução e preferiu arriscar a sorte no Brasil em 1982, nas categorias de base do C.A. Juventus.
 Evidente que a solidária comunidade japonesa no Brasil, estimada hoje em cerca de 1,5 milhão de habitantes, segundo recente Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), bem acolheu o imigrante asiático, principalmente para o domínio da língua portuguesa. Assim, restava a Kazu mostrar no campo o futebol rápido e habilidoso, na época sem espaço em clubes de seu próprio país.
 O Santos apostou nas virtudes dele e o contratou em 1986, ocasião em que foi considerado o primeiro nipônico a jogar profissionalmente no Brasil. E nos quatro anos subseqüentes foi repassado a clubes como Palmeiras, XV de Jaú, Matsubara, CRB de Alagoas, Coritiba e novo estágio no Santos em 1990, antes de regressar ao Japão, onde atuou como profissional por mais de dez anos, visto que nas temporadas 1994-95 passou pelo Gênoa da Itália, e em 2005 encerrou a carreira no Sydney F.C. da Austrália.
 A marcante passagem de Kazu pelo futebol brasileiro ocorreu em Jaú, no XV de Novembro local, quando recebeu atenção especial do treinador José Poy, já falecido, um argentino que arrastava um portunhol mesmo com quase 30 anos radicados no Brasil.
 Poy foi um técnico disciplinador que só deu certo em clubes de médio e pequeno porte, após início na função no São Paulo, clube em que atuou como goleiro dos anos 50 até meados da década 60, vindo do Rosário Central da Argentina. E ele sobreviveu na carreira mesmo com estatura de 1,72m de altura, num período em que havia espaço para goleiros baixinhos que pautassem por boa colocação e elasticidade.
 Portanto, naquele empate sem gols do XV de Jaú com o Palmeiras, dia 30 de março de 1988, Kazu participou de um time formado por João Luís; Adilson Neri, Marcelo, Telila e Toninho Paraná; Mário, Elcio e Paulinho; Ponga, Osvaldo (Nilson Pirulito) e Kazu. O Palmeiras da época? Zetti; Jairo, Toninho Cecílio, Nenê Santana e Carlos Alberto; Célio, Lino e Cesar Pereyra; Rodinaldo, Bizu e Ditinho Souza.
 Evidente que após o retorno ao Japão Kazu jamais deixou de acompanhar informações sobre o XV de Jaú, inclusive especulou-se há pouco mais de um ano a hipótese de que poderia voltar a jogar futebol na cidade, apesar dos 46 anos de idade na época, visto que há dois anos havia atuado pelo Yokohama. Por isso ele lamentou a derrocada do time a partir de 1993, com quedas consecutivas de divisões, culminando com rebaixamento à quarta divisão paulista em 2012.


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