Quando se observa o Japão atingir a quarta
Copa do Mundo consecutiva, com a iminente edição no Brasil, a história mostra o
ponteiro-esquerdo Kazu como um dos precursores da nova escola de futebol
japonesa. E se a modalidade começava a engatinhar por lá na década de 80, ele
não quis esperar a natural evolução e preferiu arriscar a sorte no Brasil em
1982, nas categorias de base do C.A. Juventus.
Evidente que a solidária comunidade japonesa
no Brasil, estimada hoje em cerca de 1,5 milhão de habitantes, segundo recente
Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), bem acolheu o
imigrante asiático, principalmente para o domínio da língua portuguesa. Assim,
restava a Kazu mostrar no campo o futebol rápido e habilidoso, na época sem espaço
em clubes de seu próprio país.
O Santos apostou nas virtudes dele e o
contratou em 1986, ocasião em que foi considerado o primeiro nipônico a jogar
profissionalmente no Brasil. E nos quatro anos subseqüentes foi repassado a
clubes como Palmeiras, XV de Jaú, Matsubara, CRB de Alagoas, Coritiba e novo
estágio no Santos em 1990, antes de regressar ao Japão, onde atuou como profissional
por mais de dez anos, visto que nas temporadas 1994-95 passou pelo Gênoa da Itália,
e em 2005 encerrou a carreira no Sydney F.C. da Austrália.
A marcante passagem de Kazu pelo futebol
brasileiro ocorreu em Jaú, no XV de Novembro local, quando recebeu atenção
especial do treinador José Poy, já falecido, um argentino que arrastava um portunhol
mesmo com quase 30 anos radicados no Brasil.
Poy foi um técnico disciplinador que só deu
certo em clubes de médio e pequeno porte, após início na função no São Paulo,
clube em que atuou como goleiro dos anos 50 até meados da década 60, vindo do Rosário
Central da Argentina. E ele sobreviveu na carreira mesmo com estatura de 1,72m
de altura, num período em que havia espaço para goleiros baixinhos que pautassem
por boa colocação e elasticidade.
Portanto, naquele empate sem gols do XV de Jaú
com o Palmeiras, dia 30 de março de 1988, Kazu participou de um time formado
por João Luís; Adilson Neri, Marcelo, Telila e Toninho Paraná; Mário, Elcio e
Paulinho; Ponga, Osvaldo (Nilson Pirulito) e Kazu. O Palmeiras da época? Zetti;
Jairo, Toninho Cecílio, Nenê Santana e Carlos Alberto; Célio, Lino e Cesar
Pereyra; Rodinaldo, Bizu e Ditinho Souza.
Evidente que após o retorno ao Japão Kazu
jamais deixou de acompanhar informações sobre o XV de Jaú, inclusive
especulou-se há pouco mais de um ano a hipótese de que poderia voltar a jogar
futebol na cidade, apesar dos 46 anos de idade na época, visto que há dois anos
havia atuado pelo Yokohama. Por isso ele lamentou a derrocada do time a partir
de 1993, com quedas consecutivas de divisões, culminando com rebaixamento à
quarta divisão paulista em 2012.
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