No Dia de Finados de 2004 foi publicado na
coluna a seleção do céu de boleiros ante queridos que se foram. Na época duas
improvisações: o deslocamento do canhoto Oreco à lateral-direita e o
quarto-zagueiro Zózimo à cabeça da área. Hoje, o time está reforçado e cada um em
sua posição. Djalma Santos é o escolhido na lateral-direita e De Sordi o
reserva. Como volante o escalado é palmeirense Zequinha.
Claro que este time de boleiros falecidos é
formado basicamente por astros campeões mundiais pela Seleção Brasileira e
entregue ao treinador Aimoré Moreira, o Biscoito, comandante do bicampeonato
mundial em 1962, no Chile. Quem discordar pode optar pelo estrategista Zezé
Moreira - irmão de Aimoré - ou Vicente Feola, campeão em 1958 na Suécia.
Se antes o goleiro era Castilho, identificado
como 'vaca leiteira' pelos milagres nos tempos de Fluminense, agora troque-o
por Gilmar, falecido nesta temporada, bicampeão mundial de clubes pelo Santos e
seleção.
Os laterais são essencialmente
marcadores. Djalma Santos jogou na Portuguesa, Palmeiras e Atlético Paranaense entre
as décadas de 50 a
70, e foi bicampeão mundial em 1958 e 1962. A lateral-esquerda fica com o tricampeão
Everaldo de 1970, que perdeu a vida em acidente de automóvel.
Os zagueiros são bi no Chile. A técnica e
elegância de Mauro Ramos de Oliveira se ajustam à zaga central central, repetidas
também nas memoráveis passagens por São Paulo e Santos. Zózimo, que ocupa a
quarta-zaga e jogava no Bangu nas décadas de 50 e 60, compensava a baixa
estatura com boa impulsão, técnica e raça. O raçudo Fontana, ex-Cruzeiro, fica
na reserva, assim como foi reserva de Wilson Piazza na Copa de 1970, no México.
A 'meiúca', nos tempos do
4-2-4, teria o incansável palmeirense Zequinha como volante, enquanto Valdir
Pereira, o Didi, inventor da 'folha seca', seria o meia de armação. Didi,
referência para qualquer seleção de todos os tempos no futebol mundial, ainda
foi técnico dos bons comandando a seleção peruana.
O ataque dispensa adjetivos. O
ponteiro-direito Garrincha é deslocado para o lado esquerdo, setor que ele
sabia atuar para escapar de marcações rigorosas. Assim, a camisa sete fica com
Joel, que coincidentemente perdeu a vaga para Garrincha na Copa da Suécia.
O centroavante é Vavá, pernambucano
que venceu no eixo Rio-São Paulo com as camisas de Vasco e Palmeiras, e foi
bicampeão mundial no Chile, marcando o gol que fechou a vitória brasileira na
final contra a Tchecoslováquia, por 3
a 1.
O ponta-de-lança é o
nordestino Dida, flamenguista que antecedeu Pelé na Seleção Brasileira,
enquanto a ponta-esquerda fica com Dirceuzinho, participantes das Copas de 1974 a 1982. Ele dividia
opiniões e morreu em acidente de automóvel em 1995. De certo, essa leva se
reúne periodicamente nas rodinhas festivas no céu.
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