Se o bom filho a casa torna, o ex-zagueiro
Jaime de Almeida Filho voltou ao Flamengo quase que no anonimato após o
encerramento da carreira de atleta. E nas categorias de base iniciou a função
de treinador, até que ascendesse a condição de auxiliar técnico da equipe
principal. Aí, quando Mano Menezes se demitiu com alegação de que não conseguiu
passar ao elenco aquilo que sabia de futebol, coube a Jaime a responsabilidade
de ser o treinador ‘tampão’.
Sim, o projeto inicial era de que fosse um
tapa buraco, mas começou a ganhar jogos e reverter o perigo de rebaixamento da
equipe no Campeonato Brasileiro. Aí ganhou notoriedade e a mídia passou a
informar quem é este Jaime que habilmente se aliou a atletas veteranos como Léo
Moura, André Santos e Chicão, pra fazer o grupo correr mais. E o resultado está
aí.
Na prática, Jaime de Almeida Filho segue o
histórico do Flamengo em buscar solução caseira para o cargo de treinador. Foi
assim com o seu ex-atleta Paulo César Carpeggiani, que substituiu Cláudio
Coutinho e em 1981, e conquistou o título da Libertadores da América.
A repetição do expediente deu-se com a aposta no
ex-volante Carlinhos como treinador. Por sinal, Luís Carlos Nunes da Silva,
carioca da gema, registra cinco passagens como comandante do elenco do Flamengo,
a partir de 1983, tentando fazer o time jogar ao seu estilo: futebol técnico e
ofensivo.
Carlinhos foi um volante titular absoluto do
Flamengo de 1958 a
1969, e a lamentação no período de atleta foi não ter sido convocado à Seleção
Brasileira à Copa do Mundo de 1962, no Chile, quando atravessava a melhor da
carreira.
Depois foi a vez do ex-volante Andrade,
igualmente na condição de auxiliar técnico, assumir o elenco com a saída de
Cuca em 2009. E bastaram dois jogos pelo Campeonato Carioca para que fosse
efetivado na função no Campeonato Brasileiro, levando a equipe à conquista do
título da competição.
Agora é a vez de Jaime Filho, cujo pai foi um
renomado zagueiro flamenguista entre 1938 a 1950, período em que conquistou quatro
títulos estaduais e integrou a Seleção Brasileira entre 1942 a 1946. E o filho, que
herdou o futebol clássico do pai, fez carreira no Flamengo a partir de 1973, só
saindo quatro anos depois em transferência ao São Paulo.
Lá, a carreira foi truncada por seguidas
contusões e a estabilidade de duplas de zaga formadas por Antenor e Tecão em
1977, e Estevam e Bezerra no biênio 1978-79. Assim, Jaime só conseguiu reviver
seus bons momentos no futebol quando foi jogar no Guarani em 1982, num time que
chegou à semifinal do Campeonato Brasileiro, eliminado em confrontos com o
Flamengo. No jogo disputado no Estádio Brinco de Ouro foi registrado recorde de
público, com 52.002 pagantes. Eis o time bugrino: Wendell; Rubens, Jaime, Edson
e Almeida; Éderson, Banana e Jorge Mendonça; Lúcio, Careca e Zezé.
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