O Denílson comentarista de futebol da TV Bandeirantes marcou um estilo
sarrista, sem deixar de ser sério. O mesmo Denílson ponteiro-esquerdo que
surgiu no São Paulo nos anos 90 foi um driblador só superado pelo lendário
Canhoteiro da década de 50, na história do clube. E ele encerrou a carreira de
jogador em junho de 2009 da forma mais estranha possível: no Vietnã.
O contrato com Xi Mang Hai Phong teria duração
de seis meses, no entanto se resumiu a um mês. E nada de holerite mensal. O
acordo previa pagamento exclusivo de US$ 12 mil por partida disputada e US$ 5
mil por gol marcado. Foi exatamente isso que ele recebeu do clube oriental,
justificado por ter realizado uma partida. Ou melhor: menos de 45 minutos,
porque deixou o campo contundido.
O gol marcado foi um delírio para o torcedor
vietnamita. Na cobrança de falta a bola teve ‘endereço’ do ângulo,
indefensável. Mesmo assim o contrato teve que ser rescindido por causa da
lesão, e provavelmente a curta permanência impediu que ele se encorajasse de
provar a exótica culinária daquele país, que varia de carne de cachorro a
inseto. Logo, preferiu o habitual arroz - produzido em abundância por lá - e
frutos do mar com temperos apimentados, prato típico de uma cidade costeira
como Hai Phong, com mais de 1,8 milhão de habitantes, que apenas há 13 anos
convive com o futebol profissional, a exemplo de todo Vietnã.
Este 24 de agosto marca o 34º aniversário de
Denílson de Oliveira Araújo, que iniciou a trajetória futebolística no São
Paulo em 1994, temporada em que conquistou o título da Copa Conmebol em alto
estilo, com a goleada por 6 a
1 sobre o Peñarol do Uruguai, num time formado por Rogério Ceni; Pavão, Nelson,
Bordon e Ronaldo Luís; Mona, Pereira, Denílson e Catê; Caio e Toninho.
A Seleção Brasileira entrou na vida dele em
1996 e a imagem mais repetida com a camisa amarela foi num jogo da Copa do
Mundo de 2002, quando ficou cercado por sete jogadores da Turquia, exatamente
porque havia entrado para prender a bola.
Quis o destino que Denílson participasse do
segundo tempo da partida do penta mundial contra a Alemanha, na vitória por 2 a 0, gols de Ronaldo. Eis o
time da época: Marcos; Lúcio, Edmilson e Roque Júnior; Cafu, Gilberto Silva,
Kléberson, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos; Rivaldo e Ronaldo (Denílson).
A experiência no exterior começou no Real
Betis da Espanha em 1998, na transferência mais cara de jogador brasileiro até
então, de US$ 32 milhões, e desgraçadamente ele não teve participação de um
centavo daquele negócio, lamentando ter sido ludibriado. E no Betis participou
do time rebaixado à segunda divisão espanhola no ano seguinte.
Fora do país Denílson jogou no Bordeaux da
França, Al Nassr da Arábia Saudita e Dallas dos Estados Unidos. Aqui defendeu
Flamengo, Palmeiras e Itumbiara de Goiás.
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