Mais da metade daquele time titular da Seleção
Brasileira campeã do mundo de 1958, na Suécia, integra o selecionado do céu. Os
últimos ‘reforços’ foram o lateral-direito De Sordi e o goleiro Gilmar, que
morreram nos dias 24 e 25 de agosto, respectivamente.
Gilmar dos Santos Neves ganhou mais
notoriedade porque foi bicampeão mundial pelo selecionado em 1958 e 1962. Devido aos caprichos do futebol, ele chegou ao
Corinthians em 1951 como contrapeso na transferência do centro-médio Ciciá,
ambos saídos do Jabaquara. E nos dez anos de Timão foi campeão do IV Centenário
da cidade de São Paulo em 1954, e não esperava deixar o clube magoado com
acusações do então presidente Wadih Helou de simular contusão para facilitar a saída.
No Santos ele colecionou mais conquistas, como
o bi da Libertadores e do mundial interclubes no biênio 1962/63, quando o time
tinha um quinteto ofensivo com Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Na
época - acima dos 30 anos de idade - ele foi tido como o melhor goleiro do
país. Por fim em 1966, já no final de carreira, Gilmar ainda participou da
terceira Copa do Mundo, na Inglaterra, quando dividiu a posição com Manga.
Quanto ao lateral-direito Nilson de Sordi, foi
castigado pelo Mal de Parkinson e teve falência múltipla dos órgãos. E quando
gozava de plena saúde havia optado pelo sossego na fazenda da família em
Bandeirantes - interior do Paraná - e posteriormente pela vida pacata em João Pessoa , capital
da Paraíba, cidade fundada em 5 de agosto de 1585, a segunda mais verde
do planeta, superada apenas por Paris, capital da França.
No futebol, sua aparição deu-se no XV de
Piracicaba (SP), onde saiu em 1952 para jogar no São Paulo, aos 18 anos de
idade. E aquilo que sempre o intrigou foi ter que repetir a história da final
da Copa do Mundo de 1958, quando ficou de fora do time e da foto oficial do
título mundial brasileiro em decorrência de uma contusão muscular na fase
semifinal, contra os franceses. “Teve gente que falou que eu amarelei. Na
verdade levei em conta a temeridade de entrar em campo machucado. Na época, a
Fifa não permitia substituição de jogador. Caso arriscasse, podia prejudicar o
time”, explicou.
Terminava ali a trajetória de De Sordi na
Seleção Brasileira, com 25 jogos. Depois, ficou no São Paulo até 1965, onde
comemorou os títulos do Paulistão de 1953 e 1957, após vitória por 3 a 1 sobre o Corinthians, num
time formado por Poy; De Sordi e Mauro; Sarará, Vitor e Ribeiro; Maurinho,
Amauri, Gino, Zizinho e Canhoteiro.
De Sordi sobressaía na marcação. Pouco se
atrevia passar da linha demarcatória do meio de campo. Com vigor físico
invejável, ganhava a maioria dos duelos com ponteiros e adicionava ainda
coberturas no miolo de zaga. Apesar da estatura de 1,71m de altura -, explorava
a boa impulsão para rebater bolas de cabeça.
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