segunda-feira, 6 de maio de 2013


Gerson, uma morte prematura

 

 O dia 17 de maio será marcado como o 19º ano da morte do centroavante Gerson da Silva, na iminência de completar 29 anos de idade, vítima de toxoplasmose. Médicos do Inter (RS) revelaram no início do ano de 1994 que o artilheiro era portador de soro positivo, que havia contraído o vírus HIV (vírus da Aids), e por isso decidiram afastá-los das atividades.

 A família nunca confirmou aquela versão, o caso gerou polêmica, e deixou o jogador enfurecido. Na sequência Gerson ficou debilitado, seu estado de saúde se agravou, e ele morreu no dia 16 de setembro de 1994. Foi um duro golpe para a esposa Andréia e seus familiares.

 Diferentemente do meio artístico, é raro um atleta assumir publicamente ser vítima do vírus HIV. Uma das exceções foi o ídolo do basquete norte-americano Earvin Johnson, fato que causou comoção no planeta, notadamente entre os seus admiradores. E mais: ele decidiu servir de exemplo ao propagar através de palestras e entrevistas os cuidados que devem ser adotados para se evitar o vírus.

 Quanto ao Gerson da Silva futebolista, 72 quilos, a história mostra que despontou nas categorias de base do Santos e chegou ao selecionado brasileiro juvenil como uma das gratas promessas. Assim, os cartolas do Santos projetaram que o empréstimo ao Guarani em 1984, sem fixar o preço do passe, serviria para ‘canchá-lo’, dar-lhe a devida experiência. Por isso o colocaram na negociação que envolveu a ida do então lateral-direito Chiquinho à Vila Belmiro.

 Devolvido ao Santos, Gerson oscilou algumas boas

atuações a outras apagadas. Aquela indefinição na carreira o levou ao Paulista de Jundiaí (SP), clube que permitiu seu recomeço no futebol. Assim, sem pressão e com dedicação, se reencontrou com o gol.

 Olheiros do Atlético (MG) o redescobriram no Paulista, época em que lembrava, mesmo que vagamente, o estilo de seu tio Baltazar, o cabecinha de ouro do Corinthians, na década de 50. E no Atlético (MG) em 1989, num time de jogadores renomados, Gérson fazia gols aos montes. Jogava ao lado do quarto-zagueiro Luzinho e dos atacantes Renato Morungaba e Éder Aleixo, entre outros, e arrancava aplausos do técnico Jair Pereira, que o desobrigava da atribuição de driblar. “O Gerson põe a bola na frente e passa como foguete diante do adversário”, detalhava.

 Exagero ou não, o certo é que naquela época Gerson marcou cinco gols em uma partida contra o Democrata de Governador Valadares (MG), explorando a estatura de 1,83m de altura para o cabeceio.

 Gerson era alegre, espontâneo e aumentava a apetite quando o prato era feijoada. Gostava de pagodinho e músicas do cantor Benito de Paula. Supersticioso, se benzia antes de entrar em campo, e o primeiro passo no gramado era sempre com o pé direito.

 

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