Tem boleiro ainda dominado pelo
tabaco
Quando se imagina que o regime
estritamente profissional no futebol encurta espaço a boleiros fumantes, logo
surgem exemplos que derrubam por terra esta afirmação. O meia Douglas, do
Corinthians, é um dos tabagistas, de certo pressionado diuturnamente para
abandonar o vício, como foram ex-jogadores como o goleiro Marcos, meias Neto,
Zenon, Sócrates e o atacante Casagrande, décadas passadas.
O tema em questão justifica-se
porque 31 de maio é o Dia Mundial de Combate ao Fumo, criado pela OMS (Organização Mundial de
Saúde). Só no Brasil morrem 200 mil pessoas a cada ano por causa do cigarro.
Substâncias maléficas do cigarro
caem na corrente sanguínea e facilitam acúmulo de gordura, que impedem a
circulação correta do sangue no organismo. Conseqüências: gangrenas - que
resultam em amputação de membros - e falta de oxigenação nos órgão.
O fumante tem consciência disso
e ainda é alertado nos invólucros de cigarros de figuras em forma de caveira,
fato que contrasta com o período em que ele era persuadido através de
propagandas no rádio e televisão, até que fossem proibidas em 1971. Anos depois,
apertou-se o cerco contra viciados, com proibições em aviões, ônibus,
restaurantes e locais de aglomerações de pessoas, sem que isso fosse suficiente
para sensibilizá-lo.
No período de vigências, tais
propagandas eram estreladas por galãs de cinema e passavam a impressão de
glamour. O ex-meia Gerson Nunes de Oliveira, tricampeão mundial no México pelo
Brasil, e fumante inveterado, gravou comercial da marca de cigarro Vila Rica
com slogan que induzia o fumante a levar vantagem em tudo. Ele jamais previa
que o slogan se transformaria na ‘Lei do Gerson’, atribuída aos espertões.
No passado, boleiro fumava até
pouco antes de entrar em
campo. O atacante Servilho - já falecido - um dos melhores
cabeceadores que passaram pelo Palmeiras, assistia parte de jogos preliminares
com cigarro entre os dedos na década de 60. Os ex-meia Américo Murolo, também
ex-palmeirense, fumava até em intervalos de partidas, no banheiro. O saudoso
Sócrates, num jogo do Corinthians em Americana (SP) contra o Rio Branco,
apanhou um cigarro do bolso de um amigo, e só após três tragadas o atirou num
canto do fosso que dá acesso aos vestiários do Estádio Décio Vitta.
Nos tempos de boleiros fumantes
convivia-se com os “serrões”. O são-paulino Benê, já falecido, era capaz de
consumir um maço de cigarro de colegas. O ex-lateral-direito Deleu, seu
companheiro de clube e avesso ao fumo, bronqueava quando alguém acendia cigarro
perto dele. E nas caronas avisava: “Fedô de cigarro não entra no meu carro”.
Foi o período em que treinadores
como Oswaldo Brandão, Ênio Andrade e Ébua de Pádua Lima (Tim) davam mau exemplo
ao provocarem fumaceira no banco de reservas.
Correção: o atacante Gerson da Silva morreu no dia 17
de maio
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