segunda-feira, 20 de maio de 2013

Tem boleiro ainda dominado pelo tabaco

 

 Quando se imagina que o regime estritamente profissional no futebol encurta espaço a boleiros fumantes, logo surgem exemplos que derrubam por terra esta afirmação. O meia Douglas, do Corinthians, é um dos tabagistas, de certo pressionado diuturnamente para abandonar o vício, como foram ex-jogadores como o goleiro Marcos, meias Neto, Zenon, Sócrates e o atacante Casagrande, décadas passadas.

 O tema em questão justifica-se porque 31 de maio é o Dia Mundial de Combate ao Fumo, criado pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Só no Brasil morrem 200 mil pessoas a cada ano por causa do cigarro.

 Substâncias maléficas do cigarro caem na corrente sanguínea e facilitam acúmulo de gordura, que impedem a circulação correta do sangue no organismo. Conseqüências: gangrenas - que resultam em amputação de membros - e falta de oxigenação nos órgão.

 O fumante tem consciência disso e ainda é alertado nos invólucros de cigarros de figuras em forma de caveira, fato que contrasta com o período em que ele era persuadido através de propagandas no rádio e televisão, até que fossem proibidas em 1971. Anos depois, apertou-se o cerco contra viciados, com proibições em aviões, ônibus, restaurantes e locais de aglomerações de pessoas, sem que isso fosse suficiente para sensibilizá-lo.

 No período de vigências, tais propagandas eram estreladas por galãs de cinema e passavam a impressão de glamour. O ex-meia Gerson Nunes de Oliveira, tricampeão mundial no México pelo Brasil, e fumante inveterado, gravou comercial da marca de cigarro Vila Rica com slogan que induzia o fumante a levar vantagem em tudo. Ele jamais previa que o slogan se transformaria na ‘Lei do Gerson’, atribuída aos espertões.

 No passado, boleiro fumava até pouco antes de entrar em campo. O atacante Servilho - já falecido - um dos melhores cabeceadores que passaram pelo Palmeiras, assistia parte de jogos preliminares com cigarro entre os dedos na década de 60. Os ex-meia Américo Murolo, também ex-palmeirense, fumava até em intervalos de partidas, no banheiro. O saudoso Sócrates, num jogo do Corinthians em Americana (SP) contra o Rio Branco, apanhou um cigarro do bolso de um amigo, e só após três tragadas o atirou num canto do fosso que dá acesso aos vestiários do Estádio Décio Vitta.

 Nos tempos de boleiros fumantes convivia-se com os “serrões”. O são-paulino Benê, já falecido, era capaz de consumir um maço de cigarro de colegas. O ex-lateral-direito Deleu, seu companheiro de clube e avesso ao fumo, bronqueava quando alguém acendia cigarro perto dele. E nas caronas avisava: “Fedô de cigarro não entra no meu carro”.

 Foi o período em que treinadores como Oswaldo Brandão, Ênio Andrade e Ébua de Pádua Lima (Tim) davam mau exemplo ao provocarem fumaceira no banco de reservas.

 Correção: o atacante Gerson da Silva morreu no dia 17 de maio

 

 

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