segunda-feira, 13 de maio de 2013


Marcelinho Carioca e a fama de ‘Pé de Anjo’

 
 Marcelinho Carioca já foi tido como jogador de futebol mascarado e ‘igrejeiro’. Obrigatoriamente é preciso que se acrescente que foi um dos mais perfeitos cobradores de falta de todos os tempos no planeta. O estrago que aquele pé direito número 36 fazia contra goleiros adversários não está no gibi. Dos 304 gols marcados ao longo da carreira, pode-se atribuir no mínimo metade deles através de cobranças de faltas, fato que originou o apelido de ‘Pé de Anjo’.

 Marcelinho sempre soube ser marqueteiro. Pela facilidade de comunicação, valorizava as entrevistas. E quando parou de jogar encontrou espaço na TV Bandeirantes para ser repórter esportivo, mas acertadamente percebeu que aquela não era a sua praia e optou por outras atividades profissionais.

 Se convidado ou espontaneamente, o certo é que ingressou na política no PSB (Partido Socialista Brasileiro), e não precisou se esforçar para obter mais de 62 mil votos quando postulou cadeira à Câmara Federal em 2010, ocasião em que ficou entre os suplentes.

 Claro que Marcelinho Carioca ficou assanhado por mandato popular e já se contentaria se fosse eleito vereador da cidade de São Paulo. Contudo, não foi no pleito de 2012 que atingiu o objetivo. Recebeu exatos 19.729 votos, a maioria de torcedor corintianos em forma de gratidão pelas passagens pelo Timão em três ocasiões.

 A contragosto, Marcelinho chegou ao Parque São Jorge em 1994, pois não pretendia deixar o Flamengo e, por extensão, o Rio de Janeiro, cidade em que nasceu no dia 1º de fevereiro de 1971. O passe dele foi negociado com o Valência da Espanha por US$ 7 milhões em 1997, o que representou lucro de quase dez vezes do preço pago ao clube carioca.

 No Campeonato Espanhol, o camisa sete de 1,69m de altura, 65 quilos, nem de longe lembrou seu requintado futebol. Logo, a possibilidade de retorno ao Brasil era real e disso se aproveitou o então presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo Farah, para investir na volta dele em um dos grandes clubes do Estado. Foi criado o Disk Marcelinho, que consistia em telefonemas de torcedores ao custo de R$ 3.

 Claro que o corintiano se manifestou maciçamente nos 11 dias de promoção, com 62,5% das ligações, contra 20,3% do São Paulo, o segundo colocado. E viu-se em campo o mesmo Marcelinho decisivo, como naquele histórico gol contra o Santos em 1998, quando ‘chapelou’ o zagueiro Ronaldo Marconato e emendou a bola com estilo, naquele empate por 2 a 2 no Estádio da Vila Belmiro. Três anos depois passou a se envolver em atritos, um deles com o também meia Ricardinho, e posteriormente com o treinador Emerson Leão.

 Marcelo Pereira Surgin ainda tentou ser gestor de futebol no América de Rio Preto em 2011, mas ficou apenas cinco meses na função. Assim, restaram boas recordações em passagens no Santos, Brasiliense e Japão, França e Arábia Saudita.

 

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