segunda-feira, 1 de abril de 2013



Maurício, nome inesquecível no Botafogo

  

 Lembra-se de Maurício, aquele ponteiro-direito que fez história no Botafogo do Rio de Janeiro na década de 80? Provavelmente não. E se for acrescentada a informação de que ele marcou o gol do título do Campeonato Carioca de 1989, quando foi quebrado um jejum de títulos de 21 anos?

 Claro que botafoguenses e flamenguistas, protagonistas daquela final, bem se lembram dele naquela vitória do ‘Fogão’ por 1 a 0, gol marcado aos 12 minutos do segundo tempo, no Estádio do Maracanã.

 O saudoso Telê Santana era treinador do Flamengo, num time em que jogavam ‘cobras’ como Jorginho, Aldair, Leonardo, Renato, Zico, Bebeto e Zinho. Os campeões botafoguenses foram Ricardo Cruz; Josimar, Wilson Gottardo, Mauro Galvão e Marquinhos; Vitor, Carlos Alberto Santos e Luisinho; Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo (Mazolinha).

 Aquele time do Botafogo era comandado pelo treinador Valdir Espinosa, hoje comentarista da Rádio Globo do Rio de Janeiro e crítico ácido da Seleção Brasileira. “Para exigir um bom futebol de nosso selecionado, temos que olhar primeiro para o modelo que está sendo efetivado em nossos times. As fracas atuações na maioria das equipes do Brasil reflete nos resultados da Seleção Brasileira”, escreveu em seu blog pessoal.

 Esta inquietação de Espinosa remete à lógica pergunta: com a pobreza do futebol brasileiro de hoje, alguém com a característica hábil e veloz de Maurício teria camisa na Seleção Brasileira?

 Nos tempos dos ‘cobras’, com concorrência mais acirrada entre atacantes na Seleção Brasileira, Maurício jogou uma vez e participou muito mais em selecionado olímpico e de juniores.

 Maurício de Oliveira Anastácio, 50 anos de idade completados em setembro passado, fechava em diagonal e concluía jogadas. De vez em quando também fazia uns golzinhos de cabeça ao explorar a estatura de 1,84m de altura, numa história que começou a ser construída no Bonsucesso do Rio de Janeiro, período em que não havia o abismo financeiro entre clubes grandes e médios.

 Nos anos 80, um atleta com carreira ascendente como Maurício saía do pomposo Inter gaúcho e se transferia naturalmente para o América (RJ), clube que hoje integra a segunda divisão do futebol do Estado do Rio de Janeiro. Como imaginar hoje um atleta recém saído do Celta da Espanha para transferência à Portuguesa? Pois isso aconteceu com Maurício em 1991.

 A cobiça do futebol asiático resultou em passagens pelo Ulsan Hyndai da Coréia do Sul e All Star do Japão, antes de percorrer a estrada da volta na carreira no XV de Piracicaba e Londrina. Sabiamente aplicou parte daquilo que ganhou em uma corretora de imóveis e leva uma vida sólida no Rio de Janeiro. E continua no meio como empresário de futebol e em projeto social de escolinha para garotos. O diferencial é o cabelo: antes encarapinhado e hoje cacheado com mecha.

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