segunda-feira, 1 de outubro de 2012


Cláudio, goleiro que morreu aos 29 anos de idade

  

 O goleiro Manga jogou futebol até os 45 anos de idade e o italiano Dino Zoff foi campeão mundial aos 40 anos em 1982 na Espanha. Hoje, Rogério Ceni do São Paulo e Dida da Portuguesa, ambos com 39 anos de idade, são exemplos de longevidade na posição.

 Contrastando com esse quarteto, quis o destino que o goleiro Cláudio, que defendeu o Santos entre os anos 60 e 70, morresse faltando um mês para completar 29 anos de idade. Hoje, ele é lembrado como nome de rua em Bertioga (SP).

 Vitimado por um câncer, Cláudio César de Aguiar Mauriz morreu no dia 24 de junho de 1979, nos Estados Unidos, onde estava internado. Restou a história dele no futebol a partir de 1961, com trajetória no Fluminense, Olaria e Bonsucesso, até a chegada ao Santos em 1965, com projeto que fosse preparado para suceder o lendário goleiro Gilmar dos Santos Neves, na iminência da aposentadoria. Assim, aquele time de 1967 era formado por Gilmar; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo; Lima e Mengálvio; Edu, Toninho Guerreiro, Pelé e Abel.

 Nascido no Rio de Janeiro no dia 22 de agosto de 1940, Cláudio tinha projeto de estudar arquitetura, mas foi modificado com o seu ingresso no futebol.

 A estatura de 1,77m de altura sequer foi questionada. Afinal, o goleiro do Palmeiras, Valdir Joaquim de Moraes, de 1,70m de altura, foi titular absoluto durante dez anos a partir de 1958. O falecido Félix, tricampeão mundial em 1970, tinha 1,76m de altura, e o alagoano Cesar, que passou pelo Corinthians entre 1981 e 82, se tanto é da altura de Félix. Portanto, nada de anormal para a época, apesar das medidas das traves serem de 7,32m de largura por 2,44m de altura.

 Goleiro brasileiro tinha fama de sair mal do gol, e os clubes o hábito de importar uma leva da posição de países platinos. O uruguaio Mazurkiewicz e o argentino Ortiz abasteceram o Atlético Mineiro. A predileção por goleiros de fora era descarada pelo Inter (RS). Por lá passaram os paraguaios Gato Fernandez, Benitez e o argentino Goycochéa.

 Curioso é que depois da passagem de Cláudio pela Vila Belmiro, o Santos incorporou a idéia de trazer goleiros sul-americanos, e se deu bem com o argentino Cejas e o uruguaio Rodolfo Rodrigues.

 Se goleiros gringos tinham muito a ensinar aqueles daqui em bolas centradas contra as respectivas áreas, Cláudio compensava a deficiência e baixa estatura com impulsão, reflexo e bom posicionamento. E preservou estas virtudes nas 223 partidas que atuou pelo Santos em duas passagens: 1965 a 1968, e entre 1972 e 1973.

 Como bom observador, não se limitava em espelhar nos monstros consagrados da posição como o soviético Liev Yashin, o Aranha Negra. Analisava o jeito dos adversários baterem na bola e cabecearem, para não ser surpreendido. Por isso jogou na Seleção Brasileira seis vezes, num período em que falava inglês fluentemente.

 

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