Cláudio, goleiro que morreu aos 29 anos de idade
O goleiro Manga jogou futebol até os 45 anos
de idade e o italiano Dino Zoff foi campeão mundial aos 40 anos em 1982 na
Espanha. Hoje, Rogério Ceni do São Paulo e Dida da Portuguesa, ambos com 39
anos de idade, são exemplos de longevidade na posição.
Contrastando com esse quarteto, quis o destino
que o goleiro Cláudio, que defendeu o Santos entre os anos 60 e 70, morresse
faltando um mês para completar 29 anos de idade. Hoje, ele é lembrado como nome
de rua em Bertioga (SP).
Vitimado por um câncer, Cláudio César de
Aguiar Mauriz morreu no dia 24 de junho de 1979, nos Estados Unidos, onde
estava internado. Restou a história dele no futebol a partir de 1961, com
trajetória no Fluminense, Olaria e Bonsucesso, até a chegada ao Santos em 1965,
com projeto que fosse preparado para suceder o lendário goleiro Gilmar dos
Santos Neves, na iminência da aposentadoria. Assim, aquele time de 1967 era formado
por Gilmar; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo; Lima e
Mengálvio; Edu, Toninho Guerreiro, Pelé e Abel.
Nascido no Rio de Janeiro no dia 22 de agosto
de 1940, Cláudio tinha projeto de estudar arquitetura, mas foi modificado com o
seu ingresso no futebol.
A estatura de 1,77m de altura sequer foi
questionada. Afinal, o goleiro do Palmeiras, Valdir Joaquim de Moraes, de 1,70m
de altura, foi titular absoluto durante dez anos a partir de 1958. O falecido
Félix, tricampeão mundial em 1970, tinha 1,76m de altura, e o alagoano Cesar,
que passou pelo Corinthians entre 1981 e 82, se tanto é da altura de Félix. Portanto,
nada de anormal para a época, apesar das medidas das traves serem de 7,32m de
largura por 2,44m de altura.
Goleiro brasileiro tinha fama de sair mal do
gol, e os clubes o hábito de importar uma leva da posição de países platinos. O
uruguaio Mazurkiewicz e o argentino Ortiz abasteceram o Atlético Mineiro. A
predileção por goleiros de fora era descarada pelo Inter (RS). Por lá passaram os
paraguaios Gato Fernandez, Benitez e o argentino Goycochéa.
Curioso é que depois da passagem de Cláudio
pela Vila Belmiro, o Santos incorporou a idéia de trazer goleiros
sul-americanos, e se deu bem com o argentino Cejas e o uruguaio Rodolfo
Rodrigues.
Se goleiros gringos tinham muito a ensinar aqueles
daqui em bolas centradas contra as respectivas áreas, Cláudio compensava a
deficiência e baixa estatura com impulsão, reflexo e bom posicionamento. E
preservou estas virtudes nas 223 partidas que atuou pelo Santos em duas
passagens: 1965 a
1968, e entre 1972 e 1973.
Como bom observador, não se limitava em
espelhar nos monstros consagrados da posição como o soviético Liev Yashin, o
Aranha Negra. Analisava o jeito dos adversários baterem na bola e cabecearem,
para não ser surpreendido. Por isso jogou na Seleção Brasileira seis vezes, num
período em que falava inglês fluentemente.
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