segunda-feira, 15 de outubro de 2012


Zé Roberto, craque que gostava da noite

 
 Deu no programa ‘Domingo Esportivo’ da Rádio Bandeirantes, comandado pelo jornalista Milton Neves, que o meia-direita Zé Roberto, dos anos 60 e 70, está doente e convalesce em asilo de Serra Negra, cidade do interior paulista.

 José Roberto Marques foi o maior ídolo de todos os tempos do futebol paranaense, conforme enquete feita pelo jornal Gazeta do Povo. Magro e alto, ele tinha aproveitamento fantástico no jogo aéreo.
 Revelado no juvenil do São Paulo em 1962, Zé Roberto foi emprestado ao Guarani em 1967 para ganhar experiência, quando já gostava da noite, divertia-se com mulherada em boates, e nem sempre respeitava as normas de concentração, embora discorda. “Eu saía segunda, terça e quarta-feira, mas nunca em véspera de jogo”.

 Em 1968 Zé Roberto foi emprestado ao Atlético (PR), quando o presidente daquele clube, Jofre Cabral e Silva, montou um time mesclado com medalhões, contrastando com a filosofia dos clubes que ‘aposentavam’ jogadores de 35 anos de idade.

 Naquela temporada Zé Roberto marcou 40 gols, ano em que o time passou a integrar o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, com 15 clubes: cinco de São Paulo, cinco do Rio de Janeiro, dois do Rio Grande do Sul, dois de Minas Gerais e um do Paraná. Portuguesa (SP) e América (RJ) tinham status de clube grande. Posteriormente, antes da denominação de Campeonato Nacional em 1971, Santa Cruz, de Pernambuco; Bahia e Ceará integraram a competição.

 Em 1968 Zé Roberto tinha 24 anos de idade, e no Paraná se juntou a veteranos como o lateral-direito Djalma Santos, zagueiro Belini, ponteiros-direitos Gildo e Dorval e volante Zequinha. A equipe era formada por Célio; Djalma Santos, Belini, Charrão e Nico; Paulinho e Madureira; Gildo (Dorval), Nair (Nilton Dias), Zé Roberto e Nilson.

 Fim de contrato, o Atlético (PR) teria que desembolsar 150 mil cruzeiros para contratá-lo, mas não dispunha do dinheiro. Zé Roberto sugeriu que sócios do clube se cotizassem para arrecadá-lo, e antecipou que colaboraria com 3 mil cruzeiros e abriria mão dos 15% que teria direito.

 Na prática foram levantados 10 mil cruzeiros, o jogador voltou ao São Paulo, e rapidamente o Coritiba entrou no ‘circuito’ e conseguiu o empréstimo. E quando formalizava o contrato, na casa do presidente Evangelino da Costa Neves, Zé Roberto não ficou constrangido e aceitou uma dose de uísque oferecida pelo dirigente.

- Não gosto de guaraná – respondeu, enquanto o dirigente projetou aquela contratação como um problema para ele durante a semana, porém maior ainda aos adversários durante os jogos.

 Zé Roberto ainda jogou no Corinthians, voltou ao Atlético (PR) e tocava uma escolinha de futebol em Serra Negra.

 Correção: Quando o goleiro Cláudio, do Santos, morreu em 1979, ele tinha 39 anos de idade e 29 anos conforme informado em coluna anterior.

 

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