segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cinco anos sem o goleiro Orlando Gato Preto


 Este 19 de julho marca o quinto ano sem Orlando ‘gato preto’. Ele morreu em São Paulo após quatro meses internado, vítima de um AVC (acidente vascular cerebral. Na época faltavam seis dias para completar 67 anos de idade.

 O carioca Orlando Alves Ferreira pode não ter sido um goleiraço quando jogou na Portuguesa, mas pegava as bolas defensáveis. De quebra, de vez em quando praticava defesas impossíveis no período em que ficou no clube, de 1963 a 1974.

 De 1964 a 1968, Félix e Orlando se revezaram no gol da Portuguesa. Havia uma cultura no futebol de treinadores intercalarem a escalação de goleiros a cada partida quando o nível técnico de ambos era semelhante. Assim, Orlando só foi fixado como titular da Lusa com a transferência de Félix para o Fluminense, cuja trajetória culminou com ingresso na Seleção Brasileira e conquista do tricampeonato mundial na Copa de 1970.

 A militância de Orlando no futebol ocorreu num período em que eram raros os goleiros negros. Exemplos marcantes se resumiram a Barbosa, Veludo, Barbosinha, Ubirajara Alcântara, Mão de Onça. Dimas Monteiro, Tobias e Jairo.

 Ubirajara, de Flamengo e Botafogo do Rio, foi eleito pelo júri do programa de televisão ‘Discoteca do Chacrinha’ o negro mais bonito do Brasil em 1971. Ele também entrou para a história do futebol como o primeiro goleiro a marcar gol, na passagem pelo Flamengo. Foi numa partida contra a Portuguesa carioca, quando chutou a bola de sua área com objetivo que atingisse o campo adversário. Empurrada pelo forte vento, a bola traiu o goleiro da lusinha.

 Antes disso, havia registro de gol de goleiro em circunstância diferente. Em 1964, numa excursão da Portuguesa de Desportos pelos Estados Unidos, após o nono gol contra o Massachusetts, o goleiro Félix foi jogar de centroavante para permitir a entrada de Orlando. E curiosamente ele marcou o décimo gol luso, numa partida que terminou 12 a 1.

 Barbosa, que morreu em 2000, embora fosse um goleiro de inegáveis virtudes no Vasco, ficou marcado pelo gol que tomou do atacante uruguaio Ghiggia, na Copa do Mundo de 1950, na derrota brasileira na final por 2 a 1, no Estádio do Maracanã.

 Barbosinha esquentou o banco de reservas do Timão até 1967, quando foi fixado como titular. Um ano depois, taxado de frangueiro por torcedores, teve vida encurtada no Parque São Jorge, e nem por isso o Corinthians deixou de apostar em goleiros negros.

 Diferentemente dele, Tobias e posteriormente Jairo foram bem sucedidos na década de 70. Tobias, um mulato de cabelos encaracolados, marcou época no time de 1974 a 1980, após passagens recomendáveis no interior paulista por Noroeste e Guarani.

 Depois veio de Maceió o baixinho César, de qualidades técnicas discutíveis. Apesar disso, foi bicampeão paulista em 1982/83, no período da democracia corintiana.




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