Cinco anos sem o
goleiro Orlando Gato Preto
Este 19 de julho marca o quinto ano sem Orlando
‘gato preto’. Ele morreu em
São Paulo após quatro meses internado, vítima de um AVC
(acidente vascular cerebral. Na época faltavam seis dias para completar 67 anos
de idade.
O carioca Orlando Alves Ferreira pode não ter
sido um goleiraço quando jogou na Portuguesa, mas pegava as bolas defensáveis. De
quebra, de vez em quando praticava defesas impossíveis no período em que ficou
no clube, de 1963 a
1974.
De 1964 a 1968, Félix e Orlando se revezaram no
gol da Portuguesa. Havia uma cultura no futebol de treinadores intercalarem a
escalação de goleiros a cada partida quando o nível técnico de ambos era
semelhante. Assim, Orlando só foi fixado como titular da Lusa com a
transferência de Félix para o Fluminense, cuja trajetória culminou com ingresso
na Seleção Brasileira e conquista do tricampeonato mundial na Copa de 1970.
A militância de Orlando no futebol ocorreu num
período em que eram raros os goleiros negros. Exemplos marcantes se resumiram a
Barbosa, Veludo, Barbosinha, Ubirajara Alcântara, Mão de Onça. Dimas Monteiro,
Tobias e Jairo.
Ubirajara, de Flamengo e Botafogo do Rio, foi eleito
pelo júri do programa de televisão ‘Discoteca do Chacrinha’ o negro mais bonito
do Brasil em 1971. Ele também entrou para a história do futebol como o primeiro
goleiro a marcar gol, na passagem pelo Flamengo. Foi numa partida contra a
Portuguesa carioca, quando chutou a bola de sua área com objetivo que atingisse
o campo adversário. Empurrada pelo forte vento, a bola traiu o goleiro da
lusinha.
Antes disso, havia registro de gol de goleiro
em circunstância diferente. Em 1964, numa excursão da Portuguesa de Desportos
pelos Estados Unidos, após o nono gol contra o Massachusetts, o goleiro Félix
foi jogar de centroavante para permitir a entrada de Orlando. E curiosamente
ele marcou o décimo gol luso, numa partida que terminou 12 a 1.
Barbosa, que morreu em 2000, embora fosse um
goleiro de inegáveis virtudes no Vasco, ficou marcado pelo gol que tomou do
atacante uruguaio Ghiggia, na Copa do Mundo de 1950, na derrota brasileira na
final por 2 a
1, no Estádio do Maracanã.
Barbosinha esquentou o banco de reservas do
Timão até 1967, quando foi fixado como titular. Um ano depois, taxado de
frangueiro por torcedores, teve vida encurtada no Parque São Jorge, e nem por
isso o Corinthians deixou de apostar em goleiros negros.
Diferentemente dele, Tobias e posteriormente
Jairo foram bem sucedidos na década de 70. Tobias, um mulato de cabelos
encaracolados, marcou época no time de 1974 a 1980, após passagens recomendáveis no
interior paulista por Noroeste e Guarani.
Depois veio de Maceió o baixinho César, de
qualidades técnicas discutíveis. Apesar disso, foi bicampeão paulista em
1982/83, no período da democracia corintiana.
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