segunda-feira, 30 de julho de 2012


 Denílson, o primeiro cabeça-de-área



 Quando você ouve que fulano vai jogar como cabeça-de-área de determinado clube lembre-se que o precursor desta função no futebol brasileiro foi Denílson Custódio Machado, que em março passado completou 71 anos de idade e mora no Rio de Janeiro.

 Quem inventou o cabeça-de-área foi o treinador Élbua de Pádua Lima, o Tim, já falecido, quando comandava o time do Fluminense em 1964, após brilhante carreira como jogador.

 Tim foi um estudioso do futebol e por isso ganhou reconhecimento como estrategistas, fazendo uso de jogo de botão para mostrar o adequado posicionamento de seus jogadores. Ele pretendia dar mais respaldo aos zagueiros, e por isso criou a função do jogador que dava o primeiro combate no ponta-de-lança adversário, de forma que um dos zagueiros marcasse o centroavante e o outro ficasse na sobra.

 Denílson foi um volante com ótima estatística de desarme, mas não teve o mesmo recurso técnico de outros meio-campistas da época para sair de trás com bola dominada. Assim, Tim acertou em cheio ao fixá-lo à frente dos zagueiros, liberando o também volante Joaquinzinho para trabalhar como meia-armador.

 O Fluminense da época sagrou-se campeão carioca num time formado por Castilho; Carlos Alberto Torres, Procópio, Valdez e Altair; Denílson e Oldair; Jorginho, Amoroso, Joaquinzinho e Gilson Nunes. Na finalíssima diante do Bangu, o ‘Nense’ ganhou por 3 a 1, com gols de Joaquinzinho, Jorginho e Gilson Nunes.

 Denílson ganhou evidência no Fluminense, e a partir de 1966 passou a ser relacionado à Seleção Brasileira. Seu nome constou da pré-relação de 45 chamados pelo técnico Vicente Feola a três meses da Copa do Mundo da Inglaterra, e resistiu à sequência de cortes de jogadores, ficando entre os 22 inscritos à competição.

 E mais: ele jogou duas das três partidas do Brasil naquele Mundial, pois o grupo foi eliminado precocemente. Ganhou apenas na estréia contra a Bulgária, por 2 a 0, com gols de Pelé e Garrincha, e lá estava ele num time formado por Gilmar; Djalma Santos, Belini, Altair e Paulo Henrique; Denílson e Lima; Garrincha, Alcindo, Pelé e Jairizinho.

 Denílson ficou de fora da partida subsequente contra a Hungria, na derrota por 3 a 1, e esteve em campo na fatídica derrota para Portugal por igual placar.

 Depois disso ainda foi convocado à Seleção Brasileira durante mais dois anos e, posteriormente, voltou à vidinha de Fluminense como capitão da equipe. Lá ficou até 1973, com retrospecto de 433 jogos, o equivalente ao sétimo jogador que mais atuou pelo clube.

 Ao sair das Laranjeiras, foi jogar no Rio Negro do Amazonas, onde ficou durante duas temporadas. A carreira foi encerrada na Bahia, jogando pelo Vitória em 1975. Com os dois primeiros anos como atleta do Madureira, antes de chegar no Fluminense, ele jogou bola profissionalmente durante 14 anos.


















Nenhum comentário: