Douglas, futebol e negócios paralelamente
Jogador de futebol, mesmo feio que dói, faz
sucesso com a mulherada. Imaginem, então, um boleiro boa pinta, cabeços caídos
nos ombros e bom de bola, como foi o volante Douglas, marcado singularmente
como sucessor de Wilson Piazza no Cruzeiro.
Só que Douglas não era mulherengo. Sequer
tinha hábitos de vida noturna e foi identificado como o maior pão-duro do grupo
cruzeirense. O dinheiro era aplicado em negócios, um deles uma confecção em
sociedade com a noiva da época. Certa ocasião, trocou o seu veículo Escort por
um terreno.
O diferencial de Douglas foi a formação.
Aprendeu a dureza da vida na infância e adolescência, quando aprendeu o ofício
de sapateiro e foi ajudante de seu pai na oficina.
Antes mesmo de parar de jogar havia
demonstrado aptidão pelos negócios. Comprou cinco alqueires a 200 quilômetros de
Belo Horizonte, com objetivo de comercializar galinha. “É um ramo bastante
rentável”, justificou na época, com a sabedoria de agregar produção de milho e
ração em sua propriedade.
William Douglas Menezes, nascido em 17 de
março de 1963, chutava bola nos campinhos da periferia de Belo Horizonte até
ser levado para treinar no dente de leite do Cruzeiro, aos 12 anos de idade. A
boa colocação, capacidade de antecipação nas jogadas e bom passe foram
preponderantes para que aos 19 anos de idade assumisse a condição de titular da
camisa 5 do Cruzeiro.
Lá viveu o melhor período no futebol e foi
apelidado de ‘príncipe’ pela equipe de esportes da Rádio Inconfidência, da
capital mineira. Foi reserva em raras partidas na temporada de 1984, e só por
capricho do treinador Osvaldo Brandão, já falecido. Entretanto, bastou o time
levar uma ‘sapecada’ do Inter (RS) para que Brandão parasse de ‘graça’ e o
recolocasse no time.
A permanência no Cruzeiro foi prolongada até
1988. Aí, com passe livre, acertou contrato com a Portuguesa. Por sinal,
Douglas era duro na queda no quesito renovação de contrato. Geralmente os
cartolas eram pressionados a ceder e ele levava vantagem.
Douglas parou de jogar futebol em 1995 e
participou daquele time de medalhões da Ponte Preta que caiu para a segunda
divisão do futebol paulista, comandado pelo técnico Geninho: João Brigatti;
Zelão, Pedro Luiz, Hélio e Paulo César; Macalé, Douglas, Carlos André e Careca;
Gaúcho e João Paulo.
Antes disso foi bem sucedido nas passagens
pela Seleção Brasileira de 1983
a 1988. Sonhou com vaga no Mundial de 1982 na Espanha,
mas o preferido foi o volante Elzo, do rival Atlético (MG).
Também deixou boa recordação no Sporting de
Portugal, e na volta ao Cruzeiro, com a conquista da Supercopa da Libertadores
em 1992.
Douglas ainda tentou ingressar na carreira de
treinador, porém sem sucesso. Em 2006 trabalhou no Itaúna, espécie de filial do
Cruzeiro, e um ano depois no Jataiense de Goiás.
Um comentário:
Ari, parabéns pelo texto! O texto está totalmente correto em relação às informações. E Douglas foi realmente um grande jogador. Abraços, Eleimar (Belo Horizonte/MG)
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