sexta-feira, 27 de abril de 2012




Ademir da Guia chega aos 70 anos jogando bola





 Como estarão as suas pernas aos 70 anos de idade? Precisará andar com ajuda de uma bengala? Até lá você vai partir desta para uma melhor? Ou pior?

 Pois saiba que o lendário Ademir da Guia, o melhor meia de todos os tempos do Palmeiras, completou 70 anos de idade neste 3 de abril, e ainda continua batendo a sua bolinha no time de máster do Verdão. E mais: promete entrar em campo na inauguração da Arena Palestra Itália.

 Ademir foi um jogador maravilhoso. A sua história começou a ser contada no início da década de 60, no então ‘respeitado’ Bangu, do Rio de Janeiro, sendo posteriormente liberado ao Palmeiras.

 A família Da Guia entrou para a história do futebol com Domingos da Guia, zagueiro de estilo clássico que marcou época na Seleção Brasileira. Ele desarmava o adversário e o driblava com categoria, antes do passe. De vez em quando até cometia a imprudência de aplicar chapéu em sua própria área.

 Depois surgiu o filho Ademir, que tinha algo em comum em relação ao pai: o trato carinhoso na bola. Em 1961, quando chegou ao Palmeiras, teve a responsabilidade de substituir o gaúcho Chinesinho, negociado à Fiorentina da Itália. E após período de seis meses de adaptação pôde mostrar seus toques precisos, organização de jogadas, tabelinhas e muitos gols.

 Apesar disso, era relegado na Seleção Brasileira. Após insistente pressão da imprensa paulistana, foi convocado à Copa do Mundo da Alemanha em 1974 só para jogar 66 minutos contra Polônia, na disputa pelo terceiro lugar.

 No Palmeiras foi recordista com 901 partidas disputadas, e tido como o melhor jogador de todos os tempos. Nos jardins do Parque Antártica foi erguido um busto em sua homenagem. "Acho que joguei um pouquinho, sim. Afinal, fui titular do Palmeiras durante 15 anos", revelou quando abandonou a carreira de jogador em 1977.

 Também colecionou cinco títulos paulistas e o bicampeonato brasileiro. Formou com o volante Dudu uma dupla de meio-de-campo que se completava. Dudu era um carrapato na marcação e sabiamente fazia a bola passar pelos pés de Ademir antes de chegar ao ataque.

 Quando as pernas ficaram cansadas, bem que Ademir tentou ser treinador, mas logo percebeu que não levava jeito para ser comandante. Melhor assim. Seus admiradores ficaram com a imagem irretocável do Ademir da Guia jogador.

 Depois disso foi juiz classista do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, no Tribunal Regional do Trabalho, ocasião em que pegou gosto pela política e foi eleito vereador da cidade de São Paulo pela legenda do PCdoB, migrando, posteriormente para o PR, onde continuando ocupando cadeira na Câmara de Vereadores de São Paulo.

 A rigor, funcionários de seu antigo gabinete o acusaram em 2005 de apropriação indébita de R$ 15 mil dos respectivos salários, fato que ganhou manchetes de jornais. Ademir negou a versão.


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