sexta-feira, 27 de abril de 2012




Câncer no esôfago venceu Calvet há quatro anos

  

Cabe lembrar que este 29 de março marca o quarto ano da morte do zagueiro Raul Donazar Calvet em Porto Alegre, capital gaúcha. Se ao longo da carreira anulou adversários respeitáveis, foi vencido pelo câncer no esôfago aos 72 anos de idade, e deixou um histórico recheado de títulos.

 Dos cinco anos de Santos, de 1960 a 65, só não foi campeão paulista em 63, quando o Palmeiras roubou a cena, e da antiga Taça Brasil em 1960. Ele fez parte do melhor time santista de todos os tempos, entre 1962/63, quando “papou” Libertadores da América e Mundial interclubes.

 Calvet, gaúcho de Bagé, estatura média e bigode ralo, raramente entrava duro nas jogadas desde os tempos em que apareceu no futebol, no Guarany de sua cidade. E isso se prolongou de 1954 a 60 quando passou pelo Grêmio portoalegrense. Já Peixe, totalizou 218 jogos e teve que abandonar o futebol aos 31 de idade, após romper o tendão de aquiles.

 Exagerou quem rotulou Calvet de quarto-zagueiro excepcional. Ficou marcado pelo bom posicionamento, antecipação e acerto em passes. Todavia, o nível técnico era inferior a Mauro Ramos de Oliveira (já falecido), seu companheiro de zaga.

 Há quem questione como o time santista, com zagueiros de boa qualidade, sofria gols freqüentemente, apesar das vitórias de seu time. Simples. O Santos tinha preocupação básica de atacar e deixava o setor defensivo desguarnecido. Mauro e Calvet ficavam, na maioria das vezes, mano a mano com atacantes adversários. Quando batidos, dependiam basicamente das boas defesas do goleiro Gilmar.

 Antes da chegada de ambos ao Estádio da Vila Belmiro, Santos e Palmeiras protagonizaram um jogo com 13 gols, no Estádio do Pacaembu, no dia 6 de março de 1958. O Santos ganhou por 7 a 6, de virada, após perder por 6 a 5, com esse time: Manga, Hélvio e Dalmo; Fioti, Zito e Ramiro (Urubatão); Dorval, Jair, Pagão (Afonsinho), Pelé e Pepe.

 Quando disputou a primeira final do Mundial Interclubes em 1962, por exemplo, o Santos ganhou do Benfica por 3 a 2, no Estádio do Maracanã, e aplicou goleada por 5 a 2 na segunda e decisiva partida, no Estádio da Luz, em Portugal, com três gols de Pelé. E olhem que o Benfica contava com astros como Eusébio, Coluna, Simões e Costa Pereira.

 Quando o Peixe levantou o caneco do bicampeonato mundial, Calvet não esteve em campo. Ele, Zito e Pelé cederam lugares para Haroldo, Lima e Almir, ocasião em que os santistas devolveram ao time italiano do Milan o placar de 4 a 2 sofrido na Itália. Às vésperas daquela finalíssima, respeitava-se a equipe milanesa que tinha, entre outros, o centroavante Mazzola (ex-Palmeiras), Rivera, Maldini, Trapaltoni e Amarildo (ex-Botafogo-RJ).   Os heróis santistas, comandados pelo técnico Luiz Alonso, o Lula (já falecido), foram Gilmar; Ismael, Mauro, Haroldo e Dalmo; Lima e Mengálvio; Dorval, Coutinho, Almir e Pepe.




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