Câncer no esôfago venceu Calvet há quatro anos
Cabe lembrar que este 29 de
março marca o quarto ano da morte do zagueiro Raul Donazar Calvet em Porto Alegre , capital
gaúcha. Se ao longo da carreira anulou adversários respeitáveis, foi vencido
pelo câncer no esôfago aos 72 anos de idade, e deixou um histórico recheado de
títulos.
Dos cinco anos de Santos, de 1960 a 65, só não foi
campeão paulista em 63, quando o Palmeiras roubou a cena, e da antiga Taça
Brasil em 1960. Ele fez parte do melhor time santista de todos os tempos, entre
1962/63, quando “papou” Libertadores da América e Mundial interclubes.
Calvet, gaúcho de Bagé, estatura média e
bigode ralo, raramente entrava duro nas jogadas desde os tempos em que apareceu
no futebol, no Guarany de sua cidade. E isso se prolongou de 1954 a 60 quando passou pelo
Grêmio portoalegrense. Já Peixe, totalizou 218 jogos e teve que abandonar o
futebol aos 31 de idade, após romper o tendão de aquiles.
Exagerou quem rotulou Calvet de quarto-zagueiro
excepcional. Ficou marcado pelo bom posicionamento, antecipação e acerto em passes. Todavia , o
nível técnico era inferior a Mauro Ramos de Oliveira (já falecido), seu
companheiro de zaga.
Há quem questione como o time santista, com
zagueiros de boa qualidade, sofria gols freqüentemente, apesar das vitórias de
seu time. Simples. O Santos tinha preocupação básica de atacar e deixava o
setor defensivo desguarnecido. Mauro e Calvet ficavam, na maioria das vezes, mano
a mano com atacantes adversários. Quando batidos, dependiam basicamente das
boas defesas do goleiro Gilmar.
Antes da chegada de ambos ao Estádio da Vila
Belmiro, Santos e Palmeiras protagonizaram um jogo com 13 gols, no Estádio do
Pacaembu, no dia 6 de março de 1958. O Santos ganhou por 7 a 6, de virada, após perder
por 6 a 5,
com esse time: Manga, Hélvio e Dalmo; Fioti, Zito e Ramiro (Urubatão); Dorval,
Jair, Pagão (Afonsinho), Pelé e Pepe.
Quando disputou a primeira final do Mundial
Interclubes em 1962, por exemplo, o Santos ganhou do Benfica por 3 a 2, no Estádio do Maracanã,
e aplicou goleada por 5 a
2 na segunda e decisiva partida, no Estádio da Luz, em Portugal, com três gols
de Pelé. E olhem que o Benfica contava com astros como Eusébio, Coluna, Simões
e Costa Pereira.
Quando o Peixe levantou o caneco do
bicampeonato mundial, Calvet não esteve em campo. Ele , Zito e Pelé cederam lugares para
Haroldo, Lima e Almir, ocasião em que os santistas devolveram ao time italiano
do Milan o placar de 4 a
2 sofrido na Itália. Às vésperas daquela finalíssima, respeitava-se a equipe
milanesa que tinha, entre outros, o centroavante Mazzola (ex-Palmeiras),
Rivera, Maldini, Trapaltoni e Amarildo (ex-Botafogo-RJ). Os heróis santistas, comandados pelo técnico
Luiz Alonso, o Lula (já falecido), foram Gilmar; Ismael, Mauro, Haroldo e
Dalmo; Lima e Mengálvio; Dorval, Coutinho, Almir e Pepe.
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