Roberto Miranda, 9º artilheiro do Botafogo
Centenas de milhares de prenomes como José,
Luiz e Roberto espalhados por este Brasil afora são identificados por nome
composto. No caso do atacante carioca Roberto, na ativa durante as décadas de
60 e 70, dizia-se inicialmente Roberto do Botafogo e posteriormente Roberto
Miranda.
Quem é esse Roberto Miranda, de certo pergunta
o desportista da geração dos 30 e poucos anos? Saiba que foi um centroavante
raçudo, não tinha medo de cara feia, e por causa da violência dos beques
adversários teve costela, braço, clavícula e queixo quebrados. Além disso ainda
rompeu o tendão de Aquiles.
Ainda bem que esses dissabores foram
compensados pelo histórico de artilheiro. Na trajetória de dez anos no Botafogo
do Rio de Janeiro, a partir de 1972, marcou 154 gols em 352 jogos, números que
o colocam como nono maior artilheiro da história do clube.
Quem foi o maior artilheiro de todos os tempos
de Botafogo? Foi Quarentinha, que marcou 307 gols, igualmente em dez anos de
clube, a partir de 1954. Isso resulta na média de 0,69 gol por jogo. Mané
Garrincha, com 243 gols, está na terceira colocação, e Túlio Maravilha é o
oitavo com 159 gols em 223 jogos.
Do período áureo com a camisa do Botafogo,
Roberto levou o torcedor à loucura no biênio 1967-68 com a conquista do
bicampeonato estadual. Em 67, na vitória sobre o Bangu por 2 a 1, ele marcou um dos gols.
O outro foi assinalado pelo meia Gerson, num time formado por Manga;
Paulistinha, Zé Carlos, Leônidas e Valtencir; Carlos Roberto e Gerson; Rogério,
Roberto Miranda, Jairzinho e Paulo César Caju.
Na goleada por 4 a 0 sobre o Vasco, na
temporada seguinte, os gols foram dele, Jairzinho, Gerson e Rogério, num time
com mudanças apenas no goleiro e lateral-direita, com as entradas de Caio e
Moreira respectivamente.
Ambas partidas foram realizadas no Estádio do
Maracanã, com público de 111.641 pagantes em 1967, e 30 mil a mais na decisão
da temporada seguinte.
Quando iniciou a carreira no Manufatura de
Niterói, Roberto era meio-campista, transformado posteriormente em centroavante
nas categorias de base botafoguense, período em que admirava ídolos da equipe
principal como Pampoline, Didi, Nilton Santos, Zagallo, Garrincha e Amarildo.
Na conquista do tricampeonato mundial pela
Seleção Brasileira, em 1970, Roberto integrava a delegação e entrou no
transcorrer das partidas contra Inglaterra e Peru. Pela Seleção disputou 18
partidas e marcou nove gols.
Em 1972, com a chegada do centroavante argentino
Rodolfo Fischer no Botafogo, Roberto foi emprestado ao Flamengo, sem repetir o
mesmo futebol. Por causa disso o Corinthians conseguiu contratá-lo em 1973,
numa troca pelo lateral Miranda.
Roberto ficou três anos em São Paulo e depois parou
de jogar. Agora, na iminência de completar 68 anos de idade, trabalha como
funcionário público em Niterói, onde mora.