segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pintinho, um jogador polivalente

Leitor envia e-mail questionando se a fonte de personagens enfocados na coluna não seca após 12 ininterruptos anos de publicação. A resposta, obviamente, foi não. Vejam que ainda não foi citada uma linha sequer do aplaudido meio-campista Carlos Alberto Gomes, identificado no futebol como Carlos Alberto Pintinho, do Fluminense, nos anos 70.

Pintinho cravou seu nome na história do Fluminense por ter participado na ‘Máquina Tricolor’, montada pelo revolucionário presidente Francisco Horta, um advogado e juiz de direito que trouxe para as Laranjeiras os principais jogadores do futebol carioca a partir de 1975, como o goleiro Renato, lateral Rodrigues Neto e atacante Doval do Flamengo; meio-campista Dirceu, do Botafogo, e zagueiro Moisés, do Vasco. Horta criou uma bolsa de trocas de jogadores entre clubes do Rio de Janeiro, e foi bem sucedido na empreitada. Além disso, contratou jogadores renomados como Carlos Alberto Torres, do Santos; Rivelino, do Corinthians; e Paulo Cesar Caju, que voltava do futebol francês. O time base do Fluminense de 1975 foi de Renato; Carlos Alberto Torres, Miguel, Edinho e Rodrigues Neto; Pintinho, Rivelino e Paulo César Caju; Gil, Doval e Dirceu.

Não perguntem a origem do apelido Pintinho, que nada tem a ver com o nome. Isso fica por conta do imaginário de cada um. O certo é que jamais foi um volante de contenção. Polivalente, era capaz de marcar e atacar com a mesma desenvoltura. Não fosse assim jamais estaria posicionado como um autêntico centroavante quando fez o gol do Fluminense naquele empate em 1 a 1 com o Corinthians, em 1976, no jogo marcado como ‘invasão corintiana’ ao Estádio Maracanã, quando 70 mil torcedores apoiaram o time alvinegro.

Se com o gol e boa atuação Pintinho tinha motivos para comemoração, saiu frustrado de campo quando o seu Fluminense perdeu a chance de ser finalista do Campeonato Brasileiro na definição através de cobranças de pênaltis. O Corinthians ficou com a vaga porque ele, Pintinho, e Rodrigues Neto desperdiçaram cobranças.

O timaço do ‘Nense’ - forma do torcedor identificar o time - começou a ser desmontado com a transferência de Rivelino para a Arábia Saudita em 1978. Dois anos depois foi a vez de Pintinho trocar o Fluminense pelo Vasco, e posteriormente registrar passagens por Sevilla e Cardiz - ambos da Espanha - e Farense, de Portugal.

Quando retornou ao Fluminense em 1986, Pintinho já era praticamente um ex-jogador e já começava a contar histórias do passado como os títulos regionais conquistado pelo clube em 1973, 75 e 76. Também pode falar de boca cheia que integrou a Seleção Brasileira em seis jogos, alguns correspondentes à Copa América de 1979.

Hoje, radicado na Espanha, trabalha empresariando jogador de futebol, mas acalenta o sonho de se transformar em treinador.


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