terça-feira, 5 de julho de 2011

Evaldo, atacante de poucos gols


Via de regra faz-se rasgados elogios, indiscriminadamente, a atletas que integraram renomadas equipes de futebol do passado. Contudo, é necessário que se coloque os pingos nos devidos ‘is’ para que situe corretamente quem foi quem.

O fato de o centroavante Evaldo Cruz ter integrado aquele timaço do Cruzeiro nos anos 60 não significa que tenha sido um craque ou atacante definidor de jogadas. Quem duvida, basta recorrer às estatísticas de artilharia da época e constatar que o número de gols marcados foi aquém do esperado para quem jogava num time com características eminentemente ofensiva, num ataque formado por Natal, Evaldo, Tostão e Hilton Oliveira, abastecidos pelo meia Dirceu Lopes.

Observem que em 296 partidas disputadas pelo Cruzeiro na primeira passagem pelo clube, de 1966 a 1971, ele marcou apenas 111 gols. Na média, arredondando, o registro é algo próximo de um gol para cada três partidas disputadas.

Esse histórico fica abaixo se comparado ao de seu companheiro Tostão: 248 gols em nove anos de clube, números que o colocam como o maior artilheiro do Cruzeiro de todos os tempos.

Ao trocar Minas pelo Rio de Janeiro e se transferir ao Vasco em 1972, Tostão não conseguiu dar prosseguimento à carreira por causa de deslocamento da retina do olho, enquanto Evaldo trilhou caminho descendente no futebol. Simultaneamente deixou o Cruzeiro para jogar no Esab, um clube já extinto de Contagem (MG). Lá ele ficou durante dois anos, saindo para jogar no Marília, interior de São Paulo.

Depois intercalou nova passagem pelo Cruzeiro e caiu no ostracismo. Pouca gente se deu conta que ele encerrou a carreira no Deportivo Itália da Venezuela, em 1977.

Evidente que a sua trajetória na carreira de jogador de futebol jamais será esquecida. Natural de Campos (RJ), o primeiro estágio foi no infantil do Americano aos 15 anos de idade. Como era veloz, logo despertou interesse do Fluminense, transferindo-se às Laranjeiras em 1962.

Tudo parecia um sonho àquele centroavante de 1,65m de altura, 65 quilos e na época com 18 anos de idade. É que durante a infância já era torcedor do tricolor carioca e ligava o rádio à válvula no último volume para ouvir transmissões dos jogos. Na época jamais projetava que jogaria ao lado de ídolos que tanto admirava como o goleiro Castilho e o lateral-esquerdo Altair.

A principal recordação no Fluminense foi ter participado da final de 1963 diante do Flamengo. O empate deu o título ao adversário, mas valeu a emoção que aqueles 177.020 pagantes transportaram ao gramado do Estádio do Maracanã. O Fluminense, sob o comando do técnico Freitas Solich, formou com Castilho; Carlos Alberto Torres, Procópio, Dari e Altair; Oldair e Joaquinzinho; Edinho, Manoel, Evaldo e Escurinho. No ano seguinte o Flu venceu o Bangu por 2 a 1, foi campeão, mas ele ficou fora da foto.



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