segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dinamite, bom na bola e na presidência

A era Roberto Dinamite na presidência do Vasco atingirá o terceiro ano em julho e durante este período o torcedor passou por muitas emoções. Em dezembro de 2008, durante o primeiro ano de mandato, a triste recordação da queda do clube à Série B do Campeonato Brasileiro, após derrota em casa para o Vitória (BA) por 2 a 0. Lembram-se do gaiato que ameaçou se jogar da marquise do Estádio São Januário? Na ocasião o rapaz exigiu dupla mobilização: apreensivos torcedores estenderam um bandeirão com a finalidade de amortecer eventual queda, enquanto em outra linha de atuação bombeiros conseguiram imobilizá-lo e evitaram a tragédia.

O Vasco se revigorou em 2009 com o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro, e nesta temporada consolidou a boa fase ao conquistar a Copa do Brasil. O fato provocou marcante carreata de torcedores do Aeroporto Santos Dumont (RJ) ao Estádio São Januário, com a interrogação se o doido da marquise estava misturado à multidão.

Assim como nos tempos de jogador, Roberto Dinamite deu a volta por cima na administração vascaína e desmobilizou a tímida oposição do clube capitaneada pelo ex-presidente Eurico Miranda.

No início de carreira como atleta, Dinamite era apenas o centroavante rompedor, com presença exclusiva na área adversária. Afinal, com 1,86m de altura e bom aproveitamento no jogo aéreo, teria que ser explorado no cabeceio. No entanto ele queria mais. Consciente das limitações, trabalhou para melhorar o condicionamento técnico, aprendeu a sair para os lados do campo para construir jogadas, e aliou o útil ao agradável. Conseqüência: participação decisiva nas conquistas dos títulos vascaínos do Campeonato Brasileiro de 1974 e das competições estaduais de 1977, 1982 e 1987.

Quem tem o histórico de 1.100 partidas com a camisa cruzmaltina, das 1.201 oficiais disputadas, obviamente teria que ser idolatrado pela torcida vascaína, e com justiça postular a cadeira de 43º presidente do clube.

Dados estatísticos não precisos apontam 744 gols na carreira iniciada em 1971, em partida contra o Inter (RS). Com essa montanha de gols, exceto Romário, evidente que não enxerga, pelo retrovisor, alguém se aproximando, em relação àqueles que passaram pelo clube.

Uma das principais vítimas de Dinamite foi o Corinthians, como na goleada que o time sofreu para o Vasco por 5 a 2 no Rio de Janeiro em 1980, cinco gols do atacante vascaíno. No ano seguinte, o goleador marcou 62 gols na temporada, superando o flamenguista Zico, que havia marcado 45 gols.

Dinamite era nome obrigatório nas convocações à Seleção Brasileira, mas os treinadores preferiam escalar centroavantes habilidosos.

Uma particularidade na vida do ex-atacante era a intromissão da esposa Jurema, tida como macumbeira, que ‘quebrava’ o pau’ com cartolas. Jurema morreu precocemente de câncer.

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