quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Cafu, lateral de quatro Copas

Cafu, lateral-direito de quatro Copas, encerrou seu ciclo na Seleção Brasileira em 2006, na Alemanha, com histórico de 148 jogos. Também foi o último capitão a levantar o caneco. O fato ocorreu em 2002 na competição sediada por Japão e Coréia do Sul.

Cafu foi reserva de Jorginho na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, fato que lhe deu visibilidade internacional e um bom contrato com o Zaragoza da Espanha. Na ocasião o São Paulo, dono dos direitos federativos, procurou se cercar de cláusula que impedisse o retorno dele a um grande clube brasileiro, sem imaginar que o Palmeiras pudesse driblá-la ao proceder triangulação com o Juventude (RS), outro clube parceiro da Parmalat em 1995, co-gestora do futebol de ambos.

Após dois anos no Verdão e como campeão paulista em 1996, o lateral voltou à Europa para jogar no Milan, da Itália, clube que marcou história até o encerramento da carreira. Em 1998, no Mundial da França, ele foi titular absoluto do Brasil.

Cafu ficou marcado pelas passadas largas ao ataque e facilidade para chegar ao fundo do campo. Depois, o cruzamento nem sempre saía com precisão, mas convenhamos que melhorou bastante se comparado ao período em que o fixaram na posição. Pode-se dizer também que correspondia na marcação.

Ele não era originariamente lateral-direito. Quando adolescente teimou em ser escalado como ponteiro-esquerdo, e foi nesta posição que acabou aprovado nos testes para ingressar no time juvenil do São Paulo. E assim chegou ao elenco de profissionais até que o treinador Telê Santana - já falecido – observou o desperdício de se fixar no ataque um atleta com vigor físico invejável, capaz de fazer o vaivém semelhante aquilo que o mineiro Toninho Cerezo fazia nos tempos de Atlético Mineiro, atuando como volante.

Telê foi além: constatou a polivalência de Cafu e passou a improvisá-lo, também, na lateral-direita, na ausência de Zé Teodoro. Trabalhador e paciente, o treinador procurou corrigir a forma de seu jogador alçar bola na área adversária. Assim, aos poucos, em vez de a bola percorrer toda extensão da grande área até sair rente a baliza de escanteio do lado oposto, o discípulo foi aprendendo a colocar um efeito, de maneira que a trajetória direcionasse o atacante para o cabeceio.

Não demorou para que o exaustivo trabalho sobre o citado fundamento tivesse reflexos positivos. Incontáveis vezes o meia Raí explorou sua boa estatura e precisão na jogada aérea de Cafu, um paulistano rejeitado em treinos peneiras de clubes por nove vezes, e que soube aproveitar a chance dada pelo tricolor paulista, onde foi bicampeão da Libertadores em 1992 e 93.

Alguma semelhança com o antigo ponteiro-direito Cafuringa, do Fluminense, resultou no apelido de Cafu para o hoje empresário Marcos Evangelista de Moraes.

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