segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Falcão, destaque na bola e na tela

É sabido que vários treinadores de futebol de capacidade questionável ganham fortunas em clubes brasileiros. Logo, tem lógica o comentarista Paulo Roberto Falcão, da Rede Globo de Televisão, acenar com a possibilidade de voltar à função, após experiência no comando da Seleção Brasileira há 20 anos. Ele também topou o desafio como treinador do América do México, e igualmente não vingou. Recentemente o Atlético (PR) tentou contratá-lo, mas as negociações financeiras não prosperaram. Assim, o caminho está aberto para continuar no time global, com a renovação do contrato que vence no final do ano.

Falcão foi o ‘prata da casa’ que mais propagou o nome do Inter (RS). Os sete anos como volante do time colorado resultaram no tricampeonato brasileiro - 75/76 e 79, jogando ao lado do chileno Elias Figueiroa, Paulo César Carpeggiani, Valdomiro, Dario, Caçapava, Claudiomiro e Manga, entre outros. O reflexo foi a cobiça de vários clubes europeus, e quem chegou primeiro, com US$ 1milhão, foi a Roma. Sim, US$ 1milhão era um “dinheirão” em 1980 e os cartolas do Inter vibraram com o cofre do clube abarrotado.

Quem mais lucrou com a transação foi a Roma, que recebeu um senhor jogador de futebol, que desarmava com categoria. Tomava a bola dos adversários porque tinha o tempo do ‘bote’. Também sabia driblar, mas só utilizava do fundamento quando estritamente necessário. A visão de jogo privilegiada permitia que enfiasse bola de 30 a 40 metros, em vez do passe lateral e sem objetividade. Embora destro, condicionou a perna esquerda para condução da bola e arremates.

Essa polivalência para atacar e defender foi recompensada duplamente na Itália: o título de “rei de Roma” e o fim de 39 anos de jejum de título de sua equipe. Falcão ajudou a desanuviar o ambiente na Roma e foi carregado nas conquistas de títulos da Copa da Itália em 1981 e 1984, e Campeonato Italiano de 1983. O melhor período de sua carreira foi em 1982, quando integrou a Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Espanha. E naquela fatídica derrota por 3 a 2 para a Itália fez a sua parte ao marcar o gol de empate em 2 a 2, resultado que garantia a classificação da Seleção Brasileira à fase seguinte. Todavia, jamais imaginava que o carrasco Paolo Rossi fosse marcar o terceiro gol para os italianos, e acabar com o seu sonho. Falcão marcou três gols naquela Copa e 78 em toda a sua carreira.

A rigor, quem reinou em Roma, como Falcão, não merecia, quase no final de carreira, ser barrado pelo técnico Cilinho, no time do São Paulo de 1985. Acreditem: enquanto Falcão ficava no banco de reservas, a camisa cinco era dada ao só voluntarioso volante Márcio Araújo, hoje treinador de futebol. Depois disso, com um dos joelhos “baleado”, Falcão já não repetia as boas atuações e teve de encerrar a carreira de jogador.



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