segunda-feira, 25 de maio de 2009

Acácio, bom goleiro

Por Élcio Paiola (interino)


No passado, goleiros como Mazaroppi, Zetti, Gainete, Neneca, Emerson Leão, Jairo e Acácio comemoraram centenas de minutos sem sofrer gols. Em 2007 o são-paulino Rogério Ceni totalizou 898 minutos sem que fosse vazado e essas marcas entraram para a história do futebol brasileiro.
O recordista de tempo sem sofrer gols ainda é Mazaroppi com 1.816 minutos. Isso aconteceu quando defendia o Vasco da Gama em 1977. Em seguida vem Neneca, nos tempos de Náutico (PE), com a marca de 1.726 minutos. Foram 19 jogos e 16 minutos cravados em 1974. Depois vem Zetti, quando defendia o Palmeiras, com 1.242 minutos.
O catarinense Gainete, goleiro do Internacional (RS) em 1970, evitou que a bola entrasse em seu gol durante 1.202 minutos. Jairo, no Corinthians de 1978, totalizou 1.132 minutos, e Emerson Leão, quando jogava no Palmeiras, alcançou a marca de 1.057 minutos sem ser vazado.
Embora com marca inferior aos goleiros citados, o ex-goleiro Acácio Cordeiro Barreto, o Acácio do grande Vasco dos anos 80, ainda recorda com satisfação os 879 minutos sem sofrer gols em 1988. No ano seguinte, ainda no clube cruzmaltino, foi um dos principais responsáveis pela conquista do título brasileiro. Foram atuações regularíssimas ao longo da competição e, para fechá-la com chave de ouro, praticou três defesas fantásticas na vitória sobre o São Paulo por 1 a 0, gol de Sorato, em pleno Estádio do Morumbi, na final.
Vejam que naquela época registrava-se público pagante sempre superior a 70 mil torcedores em finais de campeonatos. Foram 71.552 são-paulinos e vascaínos que se distribuíram no estádio, fora os penetras, autoridades, etc.. O Vasco foi campeão com Acácio; Luiz Carlos Vinck, Marco Aurélio, Quiñones e Mazinho; Zé do Carmo, Marco Antonio Boiadeiro, Bismarck e William; Sorato e Bebeto.
Na época, Acácio era nome certo na relação de jogadores convocados à Seleção Brasileira e, inclusive, ganhou a posição de titular. Tudo ia bem até que num jogo contra a Dinamarca, em Copenhagen, capital daquele país, o time brasileiro foi goleado por 4 a 0 e sobrou para Acácio, que perdeu lugar na equipe para Taffarel. Ainda assim, o goleiro vascaíno integrou o elenco do Brasil na Copa do Mundo da Itália de 1990. O terceiro goleiro foi Zé Carlos, do Flamengo.
Acácio nasceu em Campos, norte do Estado do Rio de Janeiro, participou das categorias de base do Americano (RJ), mas profissionalizou-se no Rio Branco, outro time da cidade, além do Goytacaz. Seu futebol ganhou destaque quando defendeu o Serrano, de Petrópolis (RJ), despertando interesse dos dirigentes vascaínos, que o levaram para São Januário em 1982.
Claro que no início Acácio teve de enfrentar a reserva de Mazaroppi. Depois, entrou no time e se firmou como titular. Estranhamente teve que dividir o posto com Roberto Costa, num esquema de revezamento de goleiros adotado pela comissão técnica da época.
Em 1991, trocou o Vasco pelo Tirsense, equipe da segunda divisão do futebol português. Na sequência jogou no Beira-Mar, e só retornou ao Brasil após três anos em Portugal.
Claro que na ocasião Acácio já não tinha a elasticidade de outrora e seu último clube como jogador foi o Madureira (RJ). Incontinenti iniciou a carreira de treinador de goleiros no Fluminense, passou pelo Botafogo e pretende continuar ensinando os segredos da posição para goleiros novos. Ele completou 50 anos em janeiro passado.

Nenhum comentário: