domingo, 7 de janeiro de 2024

Primeiro grito de 'Pelé morreu' foi fake; segundo, infelizmente, verdadeiro

Em decorrência do primeiro ano da morte do 'rei' Pelé, no dia 29 de dezembro de 2022, cabe recapitulação da coluna então publicada, com citação inicial sobre um equivocado grito 'Pelé morreu' no dia três de dezembro de 1967, quando, no Estádio Brinco de Ouro, o então ponteiro-esquerdo Edu Jonas cruzou e Pelé mergulhou na bola. Ou melhor: ficou na horizontal, em situação paralela ao gramado.

    Ao se atirar na bola, em tempo de encontrá-la e mandá-la ao fundo das redes do finado goleiro Dimas, do Guarani, naquele empate por 1 a 1, o susto foi geral. Detalhe: após a testada, a cabeça do 'rei' continuou 'voando' e colidiu violentamente contra a antiga trave de madeira do lado esquerdo, sentido cabeceira norte.

    Desacordado, silêncio generalizado no estádio. Quase cinco minutos depois, ainda estático no gramado, alguém nas dependências vitalícias do Guarani gritou: 'Pelé morreu'. Pior é que o dito cujo da fake news estava com radinho de pilha colado ao ouvido, aumentando a suspeita de informação possivelmente colhida por repórter no gramado.

    Pronto. Semblantes constritos de torcedores. Lágrimas começaram a brotar de quem já imaginava o pior, pela proporção do choque.

    E quando Pelé 'ressuscitou', aqueles, como eu, já precipitadamente 'enlutados', o aplaudimos de pé. Assim, no 29 de dezembro de 2022, bem que gostaríamos que aquele grito de 'Pelé morreu' fosse mais um igual ao de três de dezembro de 1967, mas quis o destino que não fosse.

    Aos 82 anos de idade, em decorrência de um câncer no colo ter avançado para outros órgãos, Pelé partiu para outro destino, na certeza que jamais será superado enquanto mundo for mundo. Dele, com a singular voz grave, já não mais ouviremos a palavra mais repetida durante as entrevistas: 'entendeu?'.

    E pra matar saudade daquele grito mentiroso 'Pelé morreu', de dezembro de 1967, eis a ficha técnica daquele empate por 1 a 1, com registro de frangaço do saudoso goleiro Gylmar em chute de Milton dos Santos. O Santos, do técnico Antoninho, contou com Gylmar; Lima, Ramos Delgado, Joel e Rildo; Clodoaldo e Buglê; Edu, Toninho, Pelé e Abel. Já o Guarani, de Alfredinho Sampaio, com Dimas; Miranda, Paulo, Tarciso e Diogo; Tonhé e Milton dos Santos; Carlinhos, Osvaldo, Parada e Wagner. A arbitragem foi de Etelvino Rodrigues.


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