segunda-feira, 2 de outubro de 2023

André Cruz, zagueiro técnico do século passado

Outrora, jovens atletas com potencial para servir selecionados de base do Brasil muitas vezes vestiam mais a camisa amarelinha do que propriamente de seu clube de origem. E um dos exemplos típicos foi André Cruz, quarto-zagueiro formado na categoria juvenil da Ponte Preta, porém com restrita participação no elenco principal durante a década de 80, pois frequentemente era requisitado para defender as seleções.

Nos cinco anos subsequentes a 1983, participou de torneios de Toulon, Montaigu e Cannes da França, e Qatar em 1986, além da Copa TDK do Japão. Em 1987, ele conquistou o título dos Jogos Pan-Americanos. E, na temporada seguinte, a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Seul, ano em que igualmente participou do Torneio Bicentenário da Austrália, até que em 1989 integrou a Seleção Brasileira principal na conquista da Copa América, disputada no Brasil.

André Cruz passou a ser referência na Seleção Brasileira porque se diferenciava dos tradicionais zagueiros rebatedores. Canhoto de 1,82m de altura, tinha o tempo de bola para antecipação nas jogadas, e desfilava nos gramados o estilo clássico de valorização em saída de bola e excelência em cobranças de faltas. Logo, dirigentes da Ponte Preta frequentemente recebiam sondagens de grandes clubes para contratá-lo, até que em 1987 o Flamengo ganhou a disputa com o Vasco, e na Gávea ele ficou durante dois anos, saindo para jogar no futebol europeu.

Inicialmente defendeu o Standard de Liège da Bélgica, para posterior passagens por Napoli e Torino da Itália, Paris Saint-Germain da França e Sporting de Portugal. O regresso ao Brasil deu-se após 12 anos, ao intercalar passagem pelo Inter (RS) nas duas vezes em que esteve vinculado ao Goiás, clube que encerrou a carreira em 2004, mesmo com a cobiça do Napoli para que retornasse ao futebol italiano.

E saiu de cena com histórico de 33 jogos pela Seleção Brasileira principal, em convocações durante dez anos a partir de 1988, sendo a Copa do Mundo da França o último estágio, quando foi chamado para ocupar o lugar do zagueiro Márcio Santos, que havia se lesionado.

Natural de Piracicaba, interior de São Paulo, 55 anos de idade completados no último 20 de setembro, André Alves da Cruz optou por fixar residência na vizinha cidade de Santa Bárbara d'Oeste, mas há décadas mantém uma escolinha de futebol em Campinas


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