domingo, 15 de outubro de 2023

Búfalo Gil unia velocidade e força no Fluminense

 Que tal uma viagem no tempo há cerca de 50 anos? Aí você depara com o veloz, caixa torácica avantajada e dádiva para fazer gols como o ponteiro-direito Búfalo Gil, que marcou época no Fluminense durante o biênio 1975/76, batizado de 'Máquina Tricolor'. Foi um período em que homens da mídia colocavam apelidos em jogadores, como a citada colocação búfalo para caracterizar força.

 Quando aprovado em treino-peneira da cateria juvenil do Cruzeiro, no final da década de 60, o mineiro Gilberto Alves, nascido em Nova Lima (MG), projetou fazer carreira no futebol, mas, no acesso ao profissional, ouviu do grosseiro treinador Yusrick, já falecido, comunicado que soava como ofensa: “Aqui você não vai ter espaço. Trate de procurar outro time”.

 Emprestado ao Uberlândia, recomeçou a empreitada. Depois passou por Vila Nova (MG) e Comercial (MS), até chegada no Fluminense em 1973, quando defensores do lado esquerdo de quipes adversárias não conseguiam contê-lo nas rápidas e manjadas investidas. Lançamentos de 40 metros, geralmente feitos pelo então meia Rivellino, permitiam que fizesse a diagonal, explorasse o porte avantajado para ganhar jogadas de adversários na disputa corpo a corpo, e aí mostrar facidade para enfrentar goleiros. Essa característica originou o apelido de Búfalo.

 No segundo ano de Fluminense foi o quarto maior artilheiro do Campeonato Carioca, com 11 gols. Aí, no final da temporada de 1976, com histórico de 75 gols em 172 partidas, se desligou do clube, pois o revolucionário presidente Francisco Horta ousou fazer troca com o Botafogo (RJ), ao ceder, além de Gil, Paulo Cezar Caju e Rodrigues Neto, para receber o já falecido lateral-esquerdo Marinho Chagas. 

 No rival carioca, Gil ficou mais de três anos. As outras passagens foram no Corinthians, Real Murcia (ESP), Coritiba, America (RJ), São Cristóvão e Farense (POR) até 1983, quando migrou à função de treinador daquele clube. Depois treinou Botafogo (RJ), clubes médios brasileiros e outros de menor expressão como Marília e Portuguesa Santista.

 Agora, aos 72 anos de idade e radicado em Niterói (RJ), tem histórico de 49 jogos pela Seleção Brasileira, com 13 gols. O auge na equipe foi durante o Torneio Bicentenário dos EUA, em 1976. Na vitória da final contra a Itália, por 4 a 1, marcou dois gols. Também participou da Copa do Mundo de 1978. 

Nenhum comentário: