segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Ronaldão, muito mais zagueiro do que lateral

Convenhamos que um atleta de 1,90m de altura, porte físico avantajado, 'casaria' mais como zagueiro do que lateral. Pois o canhoto Ronaldo atuou na ala-esquerda do São Paulo até 1991, quando o saudoso treinador Telê Santana teria que buscar alternativa para cobrir a lacuna deixada pelo zagueiro Ricardo Rocha, que havia se transferido ao Real Madrid, da Espanha.

E a solução prática foi o deslocamento do atleta, então identificado como Ronaldo, para a posição. Aí, em 1994, já no futebol japonês, vinculado ao Shimizu, ele foi chamado às pressas para integrar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo dos EUA, com o corte do lesionado Ricardo Gomes. Como na equipe havia outro Ronaldo, o Fenômeno, ficou mais familiarizado identificá-lo como Ronaldão, e assim ficou. E no selecionado participou de 14 jogos de 1991 a 1995.

Embora tenha nascido em São Paulo, agora com 58 anos de idade, o zagueiro Ronaldo Rodrigues de Jesus começou a carreira no Rio Preto, interior paulista, em 1985. Já na temporada seguinte, foi contratado pelo São Paulo e habitualmente arrancava com a bola ao ataque, clube em que ficou até 1993, ao se transferir ao Japão, já como zagueiro. O regresso ao Brasil deu-se dois anos depois, com passagens por Flamengo, Santos, Coritiba, até o ingresso na Ponte Preta em 1998, onde ficou durante quatro anos.

Desses clubes, a passagem marcante foi no São Paulo, com dois títulos do Brasileirão, quatro do Paulistão, dois deles tanto na Libertadores da América como Mundial de Clubes nas temporadas de 1992/93, Recopa Sul-Americana de 1993/94 e a Super Copa da Libertadores de 1993. Isso abrangendo o histórico de 294 partidas, sem que marcasse um gol sequer.

No título do Mundial de Clubes de 1992, em partida disputada no Japão, o Barcelona era o tido como franco favorito pela imprensa mundial, mas com dois gols do meia Raí o time venceu por 2 a 1, no dia 13 de dezembro daquela temporada, contando com essa formação: Zetti; Vítor, Adílson, Ronaldão e Ronaldo Luís; Pintado, Toninho Cerezo (Dinho), Raí e Cafu; Palhinha e Müller.

Por onde passou, prevaleceu em Ronaldão aquele zagueiro decisivo no desarme a adversários, explorando a caixa torácica avantajada. No Flamengo, formou dupla de zaga com Júnior Baiano. E ao se aposentar, passou a ser gerente do futebol da Ponte Preta, cargo que ocupou até 2005.


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