domingo, 5 de março de 2023

Caçapava, volante forte que tinha medo de injeção

Uma das particularidades no futebol do passado era jogador manter ou ganhar apelido. Quando o saudoso volante Luís Carlos atuava pelo juvenil no E.C. Gaúcho de Caçapava do Sul, e foi descoberto em jogo contra o Inter (RS), acharam mais fácil identificá-lo apenas pelo nome da cidade de origem, Caçapava, e assim prosseguiu durante toda carreira de 15 anos, a começar por 1972.

Curioso é que embora fosse atleta de estatura média, de 1,75m de altura, tinha caixa torácica avantajada, cujo estilo de jogo predominante era 'caça' a adversários, por vezes até rústico, mas extremamente emotivo e chorão. Foi assim quando se despediu de seus companheiros de Inter (RS) para jogar no Corinthians, com repetição da experiência ao ser apresentado no novo clube pelo saudoso presidente Vicente Matheus.

No Inter, ninguém entendeu como um atleta tão forte fosse ter medo de tomar injeção, e procurava evitá-la. No clube formou trio de meio de campo com Falcão e Carpeggiani, e posteriormente Batista. Lá também desfrutou do bicampeonato brasileiro no biênio 1975/76, ano em que caiu nas graças da torcida pela implacável marcação sobre Rivellino, na semifinal contra o Fluminense.

Ainda no Inter, participou de quatro títulos regionais, foi chamado pelo falecido treinador Oswaldo Brandão para defender a Seleção Brasileira no biênio 1976/77, até que, ao se transferir ao Corinthians, em 1979, participou da comemoração do título paulista. Em seguida, a pedido de seu ex-treinador do Inter, Rubens Minelli, topou assinar vínculo contratual com o Palmeiras, todavia seguidas lesões e propensão para engordar encurtaram a vida dele por lá. Por ter sido atleta de visibilidade, fez contratos no Vila Nova (GO), Ceará, Novo Hamburgo (RS), até a aposentadoria no Fortaleza (CE).

Registrado como Luís Carlos Melo Lopes, nascido em 26 de dezembro de 1954, Caçapava ingressou na função de treinador e por sete anos, na década de 90, comandou clubes piauienses, entre eles o River e Flamengo-PI, ocasião em que transferiu aos comandados experiência de vida como a dele, que havia herdado do pai a profissão de pintor, e ampliou a dedicação ao se tornar jogador de futebol.

Ele morreu no dia 27 de junho de 2016, aos 61 anos de idade, em sua cidade natal, vítima de infarto, no período em que exercia função de funcionário do Inter e havia engordado bastante.

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