domingo, 15 de janeiro de 2023

Argentino preconceituoso? Nem tanto!

 Este terceiro título mundial conquistado pela seleção da Argentina, na competição do Catar, nos remete à discussão polarizada sobre alegada soberba daquele povo. E minha estada de quatro dias na capital Buenos Aires, em 2013, serviu para derrubada do conceito preconceituoso do argentino em relação ao brasileiro, exceto quando o assunto é futebol.

 A missão foi reportar o título da final da Copa Sul-Americana para o portal Futebol Interior, conquistado pelo Lanús sobre a Ponte Preta, na vitória por 2 a 0, em dois dias reportando fatos do mandante naquela cidade que dista 12 quilômetros da capital da Argentina. E colado ao Estádio Néstor Díaz Pérez, o La Forteleza, a constatação do Centro de Treinamento do Lanús com cinco campos, um deles com atividade recreativa do elenco aos olhos até de abelhudos, porém com suspense sobre escalação do time.

 Convicção sobre o título tinha a diretoria daquele clube, pois havia contratado uma empresa para decorar o salão de festa no próprio estádio, conforme documentei o fato à época. E por que tanta convicção? Bom, isso fica por conta do imaginário de cada um. E quem se dispusesse a conhecer o estádio na véspera do jogo, encontraria o portão principal aberto, o que se transformou em 'convite' para repórter atrevido entrar e se surpreender com o fosso que divide gramado à dependência social do estádio com água empoçada até o 'pescoço', por causa de algas que entupiram a canalização.

 Três horas antes do início da partida, uma concentração gigantesca de torcedores do Lanús em área de enorme extensão, tingida de bordô - uma das cores do clube -, com barulho de fogos de artifício e banda animada, com instrumentos de sopro. Aí, uma hora antes de a bola rolar, aqueles fanáticos se deslocaram cerca de 800 metros ao estádio, onde a festa continuou.

 Calhou, antes da despedida, conferir a festa de comemoração ao 'Dia do Torcedor do Boca Junior', 12 de dezembro, defronte ao Obelisco. E que aglomeração! Que fanatismo! E documentar o Boca Junior sem fazer referência ao rival River Plate seria um despropósito, mas o presidente do clube à época - o ex-zagueiro Daniel Passarela - condicionou entrevista a pré-agendamento.

 Assim, naquele passeio de metrô aos bairros Belgrado e Nuñez, para chegada ao Estádio Monumental, apenas sessão de fotos daquele campo que justifica o termo monumental.

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