domingo, 27 de novembro de 2022

Dez anos sem Fidélis, o ‘Touro Sentado’

O saudoso José Maria Fidélis dos Santos, que morreu no dia 28 de novembro de 2012, em São José dos Campos (SP), sua cidade natal, foi um lateral-direito de 1,70m de altura, se muito, e identificado como 'Touro Sentado', por aplicar carrinhos com intensidade, embora haja versão que o apelido teria sido referência a Tatanka Iyotake, índio norte-americano chefe da tribo dos sioux hunkpapa, que viveu entre os anos 1834 e 1890.

Fidélis morreu aos 68 anos de idade, após ter sido vitimado por um câncer no estômago durante sete meses. Vaidoso, esticava o cabelo com brilhantina, um cosmético em forma de pomada de aspecto gorduroso, usado em larga escala até nos anos 70. E vejam que a brilhantina inspirou até o saudoso músico Raul Seixas em letra de composição intitulada ‘Teddy Boy, Rock e Brilhantina’. Eis a citação da primeira estrofe: 'Eu quero avacalhar com toda turma de esquina, com meu cabelo cheio de brilhantina'.

O então lateral, que atuou nos anos 60 e 70, tinha limitações técnicas ao passar do meio de campo, e valia-se basicamente da força física para ser notado como marcador implacável, para anular antigos ponteiros. Por isso foi levado pelo saudoso treinador Vicente Feola à Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra. E atuou na derrota para Portugal por 3 a 1, resultado que decretou a eliminação daquela competição.

Nascido em 13 de março de 1944, Fidélis chegou ao Bangu em 1963, e estranhou a generosidade do saudoso bicheiro Castor de Andrade, patrono do clube, que pagava bichos aos atletas até em treinos coletivos. Três anos depois, comemorou o título carioca na goleada por 3 a 0 sobre o Flamengo, no Estádio Maracanã, em finalíssima encerrada aos 25 minutos do segundo tempo, devido à confusão generalizada entre jogadores, tendo como pivô o flamenguista Almir Pernambuquinho, já falecido.

À época, o Bangu mandava jogos até contra grandes clubes do Rio de Janeiro no Estádio Proletário Guilherme da Silva, chamado de Moça Bonita, cuja capacidade foi reduzida de 17 mil pessoas - em jogo contra o Fluminense de 1949 - para 9,5 mil pessoas, por medida de segurança.

Em fevereiro de 1969, Fidélis trocou o Bangu pelo Vasco, e foi recompensado com a conquista do título brasileiro de 1974, após vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, no Estádio do Maracanã, com 112.993 torcedores presentes.


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