segunda-feira, 16 de maio de 2022

Nos tempos de Barbosa havia ponta-direita no futebol

 A história do ponteiro-esquerdo exercer função de quarto homem de meio de campo remonta a década de 60 com o lendário Mário Jorge Lobo Zagallo no Botafogo (RJ), mas ganhou frequência nos anos 80. Na década seguinte, devido à praticidade do esquema tático com três zagueiros - 3-5-2 - quem também passou a perder espaço foi o chamado ponta-direita, pois, nesse formato, o entendimento de treinadores foi de lateral identificado como ala e liberdade para atacar, por vezes exercendo papel então atribuído ao ponteiro, que levava a bola ao fundo de campo.

No início do século, principalmente através do holandês Arjen Robben, o atacante canhoto passou a se posicionar no lado direito e fazer diagonal aplicando sucessivos dribles e abandono da estratégia de levar a bola ao fundo do campo, para efetuar cruzamentos.

Felizmente o destro ponteiro-direito Luís Reinaldo Barbosa, transformado em ídolo nos cinco anos de Palmeiras - a partir de 1982 - escapou desta trapalhada de atacantes de beiradas se posicionarem no lado oposto do 'pé bom'. Entre incontáveis atletas de sobrenome Barbosa, ele foi facilmente identificado pela velocidade colocada nas jogadas, e assim vencia a maioria dos duelos com laterais-esquerdos, além do capricho nos cruzamentos para aproveitamento principalmente de centroavantes.

Natural da cidade de Piracicaba, interior paulista, foi no XV de Novembro local que começou a carreira profissional em 1976, e antes de chegar ao Palmeiras esteve no União Barbarense por dois anos, numa carreira curiosamente intercalada em clubes outrora de médio porte para outros pequenos. Do Novorizontino, por exemplo, transferiu-se ao Sport Recife, assim como do XV de Jaú foi contratado para jogar no Bahia. E isso encaixado em agremiações como Atlhetico Paranaense, Goiás, Vitória (BA), Desportiva (ES), Santo André e até no futebol japonês.

Nos 18 anos de carreira já foi eleito o melhor ponta-direita do futebol paulista e guarda lembrança dos tempos que retornou ao Palmeiras como auxiliar-técnico do comandante Vanderlei Luxemburgo. Radicado em Piracicaba desde que parou de jogar em 1994, não se convence que a transformação do futebol em correria teria sido a melhor escolha, comparativamente à época dele, com prevalecimento da técnica. “Os jogos de hoje são truncados e raramente é possível ver futebol bem jogado”, atestou.

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