segunda-feira, 23 de maio de 2022

Minelli, o inventor da linha de impedimento no Brasil

 Em dezembro passado, o ex-treinador Rubens Francisco Minelli completou 93 anos de idade e tem nome escrito no futebol como ganhador de títulos. Ainda lúcido, está habilitado a falar de assuntos diversos do esporte que dominava como poucos, como criticar a qualidade dos jogos, citar que o atacante Neymar foi um ídolo estragado pelo pai, lamentação por ter sido preterido da Seleção Brasileira e lembrança como inventor da linha de impedimento no país.

O futebol está feio porque prevalece a mesmice', justificou, diferente das três décadas em que atuou como treinador, a partir dos anos 60, com predominância da técnica. Quatro vezes campeão brasileiro dirigindo clubes como Palmeiras, Inter (RS) e São Paulo sentia-se credenciado a ser chamado para comandar o selecionado quando Oswaldo Brandão foi demitido, mas prevaleceu o bairrismo de cartolas da CBF que entregaram o comando ao ainda inexperiente Cláudio Coutinho, à Copa do Mundo de 1978, na Argentina.

Minelli se inspirou na Juventus (ITA) para implantar no Inter (RS) a linha de impedimento, que consiste em jogadores no sistema defensivo saírem em bloco da área para deixarem os rivais em condição ilegal. À época, também implementou inovações táticas na marcação, quando trabalhou com jogadores renomados como Falcão, Figueroa e Carpegiani.

Melhor foi Minelli não ter prosperado na carreira de ponta-esquerda do Ypiranga e Nacional - ambos da capital paulista - assim como no São Bento de Sorocaba e Taubaté. É que como treinador teve trajetória de destaque no interior de São Paulo em América, Botafogo, Francana, Guarani e Rio Branco, para ganhar evidência na Lusa, Inter (RS), São Paulo, Corinthians, Sport, Grêmio (RS), Atlético (MG) e Coritiba. Ele também passou pelo Al-Hilal da Arábia Saudita.

Como superintendente, passou por São Paulo, Athletico Paranaense, Paraná Clube e Avaí em 2003, optando posteriormente pelo convívio em família na residência em São Paulo e chácara em Vinhedo, sempre com língua afiada para contestar jogadores que abusam da individualidade, sem comprometimento com o grupo. E citou como exemplo Renato Gaúcho no título gaúcho do Grêmio de 1985. “Só fomos campeões porque ele operou o joelho e ficou 60 dias afastado. E graças a Deus nunca treinei Sócrates e Rivellino que sempre jogaram para eles” afirmou.

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