domingo, 13 de junho de 2021

Lula da bola, o maior ganhador de títulos no Santos

Bem antes da aparição do condenado Luiz Ignácio Lula da Silva na história política nacional, desportistas das décadas de 50 e 60 estavam familiarizados com outro Lula, técnico que mais ganhou títulos na história do Santos F.C., cidade em que nasceu. O Luís Alonso Pérez morreu há 49 anos, num 15 de junho, e é recordista no comando da equipe com 949 jogos e 771 vitórias.

Claro que a carreira de treinador jamais teria motivo para oscilação ao comandar a melhor equipe de futebol já montada no planeta, com conquista do primeiro título mundial em 1962, na decisão contra o Benfica (POR), tendo essa formação: Gylmar, Olavo, Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Lima; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe.

Dizia-se, à época, que bastava Lula jogar as camisas para alto, e quem pegasse entraria em campo. Essa lenda provocou desabafo do filho dele, Marcos Alonso Perez: “Meu pai foi injustiçado, pois inventaram essa história. Ele tinha olho clínico. Montou aquele timaço, mas não sabia fazer o marketing”.

Lula assumiu o Santos em 1954 e conquistou o bicampeonato paulista em 1955/56, portanto antes da chegada de Pelé. Lá ficou até 1966, substituído por Antônio Fernandes, o Antoninho. Há versões, não confirmadas, de que teria havido divergências dele com Pelé, resultando em espaço encurtado no clube.

O certo é que na passagem pelo Santos conquistou 38 títulos, com ênfase para oito Paulistão, cinco de âmbito nacional, e outras duas vezes quer na Libertadores, quer no Mundial de Clubes. Quis o destino que em 1968, à frente do elenco do Corinthians, participasse da quebra de tabu de onze anos contra o seu ex-clube, na vitória por 2 a 0.

Lula foi funcionário de distribuidora de leite e a introdução no futebol foi na várzea santista como atleta, e posteriormente em comando técnico. Dali foi para a categoria juvenil da Portuguesa Santista, até constatarem a sensibilidade dele para enquadramento de jogador em equipes, o que implicou na transferência para o Santos, em substituição ao também saudoso treinador Aymoré Moreira, que foi servir a Seleção Paulista.

À época, Lula teve coragem de promover ao profissional Pelé e Edu aos 16 anos de idade, e Coutinho com 14 anos. O treinador morreu aos 50 anos, após complicações de um transplante de rim, o que indica que o centenário dele vai merecer registro ano que vem, mais precisamente em fevereiro.

Nenhum comentário: