segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Claudir, becão do Bahia no ano do título nacional

Longe de recomendáveis campanhas no Campeonato Brasileiro deste 2020, o Esporte Clube Bahia já protagonizou histórias marcantes no cenário nacional. Primeiro quebrou a hegemonia do Santos no antigo torneio Taça Brasil - sem o 'da' -, quando conquistou o título em 1959. Depois levou os seus torcedores à loucura com a conquista do título do Campeonato Brasileiro de 1988, que se estendeu até fevereiro da temporada seguinte. E no compasso da modernidade, nesta década foi transformado em sociedade anônima, com presidente remunerado.

Na final do título de 88, seu estádio - Fonte Nova - recebeu público recorde de 110.438 pessoas, quando venceu o Inter (RS) por 2 a 1, e confirmou vantagem em Porto Alegre, quando arrancou empate sem gols, nesse time comandado pelo treinador Evaristo Macedo: Ronaldo; Tarantini, João Marcelo, Claudir e Paulo Robson; Paulo Rodrigues, Gil Sergipano, Zé Carlos e Bobô; Charles e Marquinhos.

À época, sem a vigência da Lei Pelé, clubes eram detentores de passes dos jogadores, e lucravam em negociações. Dirigentes catimbavam em renovações de contratos de atletas, e o então presidente do Bahia, Paulo Maracajá, abusava dessa prerrogativa, tanto que no ano do título ignorou proposta do quarto-zagueiro titular Pereira para renovação de contrato, durante a competição, o que possibilitou Claudir a ocupar a posição, se fixar como titular com atuações seguras, no velho estilo viril da 'zagueirada' do passado.

A recomendável estatura permitia que se impusesse no jogo aéreo, aliada à precisa cobertura no lado esquerdo do campo, visto que o lateral Paulo Robson tinha características de atacar. Assim, no Bahia desde 1986, Claudir teve trajetória de quatro anos, e surpreendentemente deixou uma equipe de capital, na elite do cenário nacional, para atuar em time do interior paulista, caso do Rio Branco de Americana, à época integrante da Série A-2 como postulante ao acesso ao Paulistão, com objetivo conquistado.

Depois Claudir percorreu a estrada da volta do futebol e parou no Noroeste (SP) em 1993. Ao retornar à sua cidade natal, Vitória da Conquista, tentou ser treinador da equipe local, porém sem prosperar. Assim, aos 59 anos de idade, comanda escolinha de futebol e não foi preciso ser incluído no projeto do Bahia de ajuda financeira a ídolos do passado, como ocorre com o ex-lateral-direito Zanata.

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