segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Atacante André justificava apelido de 'Catimba'

Apelidos de jogadores faziam parte do folclore do futebol, mas empresários deles e dirigentes passaram a proibi-los, e ainda exigiram que fossem identificados por nomes compostos. Assim, um dos últimos ídolos citado pelo pseudônimo foi o atacante Luís Fabiano, conhecido por Fabuloso.

Na década de 50, narradores de futebol do Rio de Janeiro raramente identificavam o centroavante Ademir de Menezes pelo nome, nas jogadas do Vasco. Falavam Queixada, apelido dele por motivos óbvios. Saudoso goleiro Castilho foi Leiteria. Centroavante Dario o 'peito de aço'. E o meia kléber - ex-Grêmio e Palmeiras - Gladiador.

Nos anos 70 o baiano de Salvador, Carlos André Avelino de Lima, justificou o apelido de André Catimba por ter sido considerado um centroavante que provocava seus marcadores e, por conta disso, causava expulsões. Afora esse destempero, colaborava em vitórias das equipes que atuava pelos gols advindos do estilo brigador e oportunista.

Um dos fatos marcantes na carreira dele foi erro no salto quando comemorava o gol do título do Grêmio (RS) no Campeonato Gaúcho de 1977, conhecido como 'voo de André Catimba'. Na comemoração durante Grenal - vitória por 1 a 0 -, ele projetou cambalhota, mas erro no movimento fez com que caísse com o rosto no chão, e se contorceu em dor. Assim acabou substituído por Alcindo, em jogo que marcou quebra da hegemonia de oito anos do Inter na competição. À época o time gremista foi esse: Corbo; Eurico, Cassiá, Oberdan e Ladinho; Vitor Hugo, Tadeu Ricci e Iúra; Tarciso, André Catimba e Éder Aleixo.

Dois anos depois, tido como prescindível pelo Grêmio, foi emprestado ao Bahia, Estado em que iniciou trajetória no futebol no Ypiranga, em 1966, equipe que tinha um torcedor ilustre: o escritor Jorge Amado. Cinco anos depois chegou ao Vitória (BA) e completou o quadriênio antes de se transferir ao Guarani.

A passagem pelo Argentino Junior em 1980 foi a última de relevância na carreira, quando foi parceiro do saudoso Diego Maradona. Em seguida, tido como cigano da bola, passou por Pinheiros (PR), Comercial (SP), Náutico, voltou ao Ypiranga e pendurou as chuteiras no Fast Club de Manaus em 1985. Em outubro passado ele completou 74 anos de idade, e o histórico da carreira marca passagem pela Seleção Brasileira que enfrentou combinado estrangeiro em 1973.


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