sábado, 16 de maio de 2020

Há 102 anos torcedores já iam de máscaras a estádios


Subentende-se pela expressão mascarado no futebol o jogador posudo, que se considera a última bolacha do pacote.

De antigos seriados da televisão, a máscara do Zorro cobria-lhe os olhos e foi mantida curiosidade, apesar das tentativas de arrancá-la.

Do entretenimento 'Reis do Ringue' na televisão, que atingiu o auge nos embates de 'luta livre' nos anos 60, alguns não foram 'desmascarados'.

Futuramente, quando torcedores de clubes de futebol passarem a ser vistos com máscaras faciais na reabertura de portões dos estádios ao público, não suponha que isso será novidade.

GRIPE ESPANHOLA

Em 1918 a gripe espanhola assolou o país, provocando mortes de mais de 20 mil pessoas.

Estado do Rio de Janeiro foi afetado com contágio do vírus em 66% da população de 910 mil habitantes.

Com estrutura sanitária deficiente, foi aumentado rapidamente a incidência de mortes.

E mesmo quando a doença estava praticamente controlada, torcedores de clubes do Rio de Janeiro, que tiveram acesso a estádios, procuravam se proteger com máscaras para evitar contágio do vírus.

Naquele Estado, a competições regional teve paralisação de um mês, a partir de outubro, e o campeão Fluminense desprezou a última partida contra o Carioca F.C., porque o WO não provocaria modificação no cenário.

O jornalista capixaba Felipe Souza, de o jornal A Gazeta, de Vitória (ES), publicou que o Campeonato Paulista, interrompido em novembro de 1918, só foi reiniciado na temporada seguinte.

Espanha deu nome à gripe porque foi um dos primeiros países a divulgar aquela pandemia que se espalhava pela Europa e África, antes de chegar ao Brasil em setembro de 1918, em contágio provocado por marinheiros que desembarcaram em Recife.

ORTOGRAFIA ANTIGA

Embora a reforma ortográfica da língua portuguesa tivesse ocorrido no início da segunda década daquele século, jornais da época relutavam acompanhá-la, pois ainda preservavam as chamadas consoantes mudas como 'actuação e opportunidade', por exemplo.

À época, a reforma implicava na obrigatoriedade de acentuação das proparoxítonas, mas quer Jornal dos Sports, quer Jornal do Brasil insistiam em não acentuá-las, como a palavra 'p(é)ssima'.

Isso contrasta com quem se dispôs reproduzir documento do início do século XX sem observância da ortografia da época. 

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