Passou
despercebido até dos desportistas da velha guarda a morte do
ponteiro-direito Zuíno, do Botafogo de Ribeirão Preto (SP) da
década de 60, em decorrência de infarto no dia 17 de dezembro
passado. Ele estava radicado em Goiânia, tinha 82 anos de idade, e
como um fato desencadeia outro, cabe recordar que esteve em campo na
estrondosa goleada por 11 a 0 que a sua equipe sofreu para o Santos
F.C, quando o seu treinador era o saudoso Oswaldo Brandão.
Por
incontáveis vezes Jesuíno Alberto de Almeida, o Zuíno, teve que
descrever a tarde de sábado de 21 de novembro de 1964, pelo
Campeonato Paulista, no Estádio da Vila Belmiro, em Santos, quando o
endiabrado Pelé marcou oito gols, e ele foi literalmente anulado
pelo eficiente marcador Geraldino, lateral-esquerdo.
Quatorze
anos depois, o feito de Pelé foi igualado pelo saudoso
ponta-de-lança Jorge Mendonça, no Náutico, na goleada por 8 a 0
sobre o Santo Amaro, que pelo Campeonato Pernambucano perdeu por 14 a
0 do Sport Recife, ocasião em que o centroavante Dario - Peito de
Aço - marcou dez gols. E com hábito de se referir a si mesmo na
terceira pessoa do singular, o artilheiro justificou a facilidade. “Dadá
teria que aproveitar. No time deles os jogadores trabalhavam o
dia todo para jogar à noite, tadinhos. Eles comiam sanduíche para
jogar. Marcamos sobre pressão, deu câimbra neles, estavam com fome,
e aí eu fiz dez gols”, revelou com característico bom humor.
São
raros os cartórios de registro de nascimento que emitem documento
com nomes do tipo Abelardo, Boaventura, Raimundo, Benedito, Virgílio
e Jesuíno, esse com grafia de Zuíno, em troca do 's' pelo 'z'. Além
do Botafogo, ele jogou na Prudentina (SP), América (RJ) e Atlético
Goianiense nas décadas de 50 e 60.
Zuíno
foi ponteiro-direito que usava velocidade e habilidade para transpor
marcação de laterais-esquerdos, levar a bola ao fundo do campo, e
se especializar em cruzamentos com efeitos na bola, para cabeceios de
centroavantes. No Botafogo, integrou o que muitos consideram o melhor
ataque da história do clube, ao lado de Laerte, Antoninho, Henrique
Sales e Geo.
Após
encerrar a carreira de atleta em 1969, foi treinador por três anos,
quando faturou o título goiano de futebol, para em seguida exercer
funções administrativas no Atlético Goianiense até o ano de 1992,
quando se aposentou do futebol.
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